terça-feira, 24 de setembro de 2013

"Nove Pequeninos Congelados Pendurados"

Fonte: Maria Rosa Mulher


Por Marian T. Horvat
Traduzido por Andrea Patrícia
Uma gravidez bem sucedida – uma realidade horrível

Recentemente, uma amiga me entregou um envelope selado. "Isso é algo que eu acho que você deveria ler", disse ela "Para mim foi muito chocante e reflete toda uma mentalidade moderna".
Era, de fato, um artigo chocante, embora eu tenha certeza que muitos dos meus contemporâneos diriam que eu estou exagerando o caso. O artigo, intitulado "Preservação da Fertilidade Traz Esperança", era brochura de um hospital para instrução da comunidade local. A mãe radiante, que eu vou chamar K, um orgulhoso pai de óculos M, e sua preciosa criança V são retratados. K compartilha sua "história de sucesso" e incentiva outros "a seguirem seus sonhos de ter uma família também".

Em resumo, aos 30 anos de idade K foi diagnosticada com câncer no sistema linfático. Ela estava ansiosa para começar o tratamento, mas estava preocupada com um de seus planos futuros para a vida, que era ter filhos. Agora, cerca de 75% das mulheres com menos de 45 anos de idade tratadas de câncer recuperam a sua fertilidade e têm filhos saudáveis​​, mas K não queria correr nenhum risco. Afinal, e se ela não pudesse realizar seu sonho?

Então, ela e seu marido M tomaram a decisão de buscar a terapia de preservação da fertilidade com um médico Endocrinologista Reprodutivo (Não, isso não é ficção científica e sim, esses títulos realmente existem). Então, 12 ovos foram "colhidos" e fertilizados com o esperma do marido, e depois congelados antes da quimioterapia começar.

K se recuperou, o casal esperou alguns anos, então escolheu um óvulo congelado para implantar. Nove meses depois, a pequena V nasceu. "E estamos pensando em engravidar de novo", K diz com um sorriso. "Afinal de contas, temos nove pequeninos congelados pendurados em Newport Beach esperando por nós."

Agora, se essa afirmação não faz você estremecer, então eu não sei o que fará. Claramente, K e M não têm ilusões sobre o que são esses ovos fertilizados. Eles são "nove pequeninos congelados" por quem casualmente assumem a responsabilidade de vida - ou morte - segundo sua própria conveniência. É o homem brincando de Deus. É monstruoso.

Faze o que tu queres

'Congelamento e transplante’ é um dos vários chamados "avanços científicos" que permitem que as pessoas tenham o que elas querem, quando elas querem. Um bebê in vitro é criado em um tubo de ensaio de vidro, combinando um espermatozóide e óvulo de dois doadores diferentes. O bebê se desenvolve por um tempo em uma solução de nutrição em um tubo de ensaio, e, depois de uma certa maturidade, é implantado no útero de uma mãe substituta.

Uma mulher prepara-se para injetar-se com hormônios 
para fertilização in vitro enquanto seu "parceiro" observa

O bebê que está crescendo [eufemisticamente chamado de "o preparado"], muitas vezes morre durante esta parte arriscada do processo se as células não conseguem se unir à parede do útero. Esta inovação, que vai contra a natureza permite aos homossexuais e lésbicas "ter" bebês.
Os médicos também dão regularmente medicamentos de fertilidade para induzir gestações múltiplas. Em seguida, eles inserem uma agulha no abdômen da mulher e injetam cloreto de potássio no coração de fetos selecionados para matá-los. Isso aumenta as chances de um nascimento bem sucedido do desejado filho. Do ponto de vista moral estes "fetos" eliminados são abortos.
A culpa da prática regular de tais procedimentos não pode ser apenas da ciência e dos novos "avanços" na medicina. Eles foram desenvolvidos e adotados por causa de uma mudança de mentalidade na sociedade, que já não vê essas práticas como as monstruosidades que elas são. Elas são aceitas por causa de pessoas que pensam que todos os seus desejos e vontades deve ser satisfeitos.
Os membros de uma geração acostumada a opções ilimitadas e a estar "no controle" presumem que se eles querem um filho agora - talvez até mesmo depois de anos de prática de contracepção, eles têm esse direito. A noção de resignação à vontade de Deus é estranha para eles. Se alguém lembrasse ao casal sobre novenas e avisá-los que eles podem ter longos anos de oração e espera para que Deus lhes dê uma criança, eles iriam rir. "Queremos um bebê agora, então por que devemos esperar?" É a sua resposta. Esta é a mentalidade egoísta da sociedade moderna. As pessoas acham que tem o "direito" a qualquer procedimento científico - não importa o quão antinatural ou de horrível seja - desde que isso lhes dê o que querem.

Um frasco de embriões congelados - um processo antinatural

Este tipo de engenharia genética não parece muito diferente para mim das experiências humanas que os nazistas estavam tentando fazer em seus campos de concentração. Essas experiências genéticas - que hoje todos reconhecem como monstruosas e desumanas - são hoje realizadas em nossos laboratórios médicos com o dinheiro de concessões sob o título enganador de "avanços científicos". Não são esses "avanços" apenas alguns passos para criar a super-raça tão desejada pelos puristas arianos?
A Revolução decidiu tornar esses experimentos aceitáveis e populares, oferecendo-lhes como "soluções" para os casais estéreis ou homossexuais. Que astuto! Para satisfazer o seu "sonho" de ter crianças, as pessoas tornaram-se promotoras ardentes do que é antinatural. É também uma maneira de habituar a humanidade ao que é monstruoso. Isso prepara para o dia quando apenas "fetos perfeitos" serão autorizados a nascer.
Efeitos sobre as crianças
Um católico bem fundamentado na fé não pode deixar de se perguntar quais serão os efeitos sobre as crianças que iniciam suas vidas congeladas e em tubos de ensaio. A Igreja sempre ensinou que a formação da criança não começa no nascimento, mas no momento da concepção e então continua no útero da mãe. Por essa razão, ela aconselha as mães sobre a importância de manter um espírito calmo, recolhido, para proporcionar o ambiente adequado para a criança no útero.
 
A mãe católica concebe seu filho de acordo com a natureza, alimenta-o e recomenda-o a Deus.

Em seu “Manual Para Mães Católicas” (1) Pe. Pio Franciscus ensina aos pais que o temperamento e o espírito da criança no útero já estão tomando forma, e os pais devem fazer todo o possível para auxiliar o trabalho da graça. Ele diz:
"Logo que a mãe cristã toma consciência de que um novo ser foi gerado em seu ventre através do poder de Deus, ela deve oferecê-lo imediatamente a Deus e outra vez recomendar ao Seu cuidado paternal e proteção nas aspirações e palavras que seu próprio coração de mãe sugere. Durante os meses de seu desenvolvimento, ela deve evitar cuidadosamente alimentos insalubres, esforço excessivo e ainda mais todas as explosões apaixonadas de impaciência e raiva, de desânimo e angústia, de tristeza excessiva e preocupação. Ela deve, além disso, abster-se de pensamentos vãos e orgulhosos.

“Por outro lado, ela deve sempre se esforçar para manter-se calma e serena em todas as circunstâncias adversas, cultivar uma disposição devota e contente, orar fervorosamente, e receber os sacramentos com frequência e dignamente. Resumidamente, ela deve procurar ser o que ela espera que seu filho seja algum dia".

Quantas lições deste sábio conselho que são completamente desconsideradas! Hoje, temos a impressão de que a criança é gerada pelo poder do homem, e não pelo poder de Deus. Em vez do útero orgânico seguro materno, onde a criança encontra refúgio e extrai seu sangue vital de sua mãe, ela fica congelada por semanas, meses - talvez até mesmo anos, ou toma sua primeira forma em um tubo de vidro num laboratório.

O homem tenta tomar o lugar de Deus. O laboratório científico toma o lugar do útero da mãe. Isso não vai afetar a psicologia das crianças nascidas de tais práticas antinaturais? A Escritura nos adverte em muitos lugares que os pecados dos pais são visitados em seus filhos. (2) Só se pode estremecer ao imaginar as consequências desses terríveis pecados contra a natureza e a Lei de Deus. E a questão assustadora surge: aqueles pais estão criando filhos normais ou monstros antinaturais?

Notas: 
     1. Mother Love, A Manual for Christian Mothers (Nova York: F. Pustet Co, 1960) Cap. I, p. 496-498.
     2. Levítico 26,39-40; I Reis 14,22; Esdras 9,7; Isaías 65,7; Jeremias 32,17-19; Daniel 9,16.

Original aqui.