segunda-feira, 15 de julho de 2013

Catecismo do Padre Spirago - Parte 16

Nota do blogue: Acompanhe essa transcrição AQUI.




A criação
Deus e suas criaturas (5)

O que diz a s. Escritura acerca da gênese do mundo?

A s. Escritura diz acerca do mundo o seguinte:

1) No princípio criou Deus o mundo espiritual e material.
2) O mundo material, no inicio, era caótico, informe e sem luz.

Diz Moisés: “No princípio criou Deus o céu e a terra; a terra, porém, estava informe e vazia, e havia trevas sobre o abismo”. Isto significa: antes de ser criada qualquer coisa (no princípio), Deus produziu do nada (criou) o mundo espiritual (o céu com os anjos) e o mundo material (as coisas no espaço visível do universo). Nos espaços estavam as massas em desordem caótica (a terra, porém, estava vazia), sem forma, sem vida e sem cor (a terra estava vazia e escura).

3) Em seis dias Deus deu ao mundo material a sua forma presente.

Esses dias de criação (hexameron) provavelmente são longos períodos. Chamaram-se “dias”, porque a semana da criação estava destinada a ser o tipo da semana social.

O que criou Deus nos seis dias?

Nos seis dias Deus fez as seguintes criações: 1° dia criou a luz, no 2° o firmamento, no 3° separou a água da terra firme e criou as plantas, no 4° criou os corpos celestes, no 5° os peixes e aves, o 6° os animais terrestres, e por ultimo o homem.

As evidências naturais dão a seguinte explicação que não é inverossímil: os dias foram longos períodos. No primeiro dia entrou o movimento das massas cósmicas; com isto veio o atrito e o fogo (luz). No segundo dia as massas se dividiram em corpos (globos) de diversas qualidades e tamanhos, que se repeliram para rumos diferentes e vieram colocar-se nas orbitas designadas por Deus. O espaço celeste com as rotas dos astros chama-se firmamento. No terceiro dia, o ígneo globo terráqueo foi esfriando cada vez mais. Já estava cercado apenas de água fervente e de um espesso nevoeiro. Sob as águas foi-se formando paulatinamente a crosta terráquea, por suas fendas penetrou a água que, encontrando o fogo, se evaporou. Com o vapor foram arremessadas para o alto enormes áreas que passaram a constituir as montanhas e os continentes cercados de água. No quarto dia o nosso sol adquiriu seu pleno desenvolvimento, vindo a atuar sobre a terra. – O exame cientifico de crosta terráquea demonstra igualmente que os seres orgânicos se originaram na mencionada ordem: primeiro os vegetais; depois os peixes e aves; em seguida, os animais terrestres; por fim, o homem. Foram, pois, criados, primeiro os seres necessários para a vida dos outros.

Que fez Deus no sétimo dia?

No sétimo dia Deus descansou.

Deus não estava cansado; apenas deixou de criar espécies absolutamente novas de criaturas; limitou-se a conservar as antigas. O sétimo dia dura até o fim do mundo. Com o seu repouso, Deus nos deu a entender que também nós, depois de seis dias de trabalho, devemos descansar. Daí o terceiro mandamento da lei de Deus.

De que fez Deus o mundo?

Deus fez o mundo do nada.

Deus ordenou (quis), e logo se fez tudo quanto Ele queria. Diz a s. Escritura: “Ele falou, e foi feito”. A partir do primeiro dia da criação lê-se: “Deus falou: faça-se luz! E a luz se fez”. O universo inteiro, com todos os seus portentos, Deus chamou do nada. A um chamado seu apresentaram-se os céus e a terra.

Para que Deus criou o mundo?

Deus criou o mundo para a sua própria glorificação e para o bem das criaturas.

Deve-se distinguir a finalidade interna da obra, da intenção externa do obreiro. No relógio, a intenção do obreiro ao fabricá-lo foi o ganho da vida (salário), ao passo que a finalidade interna da obra é indicar as horas. No caso do mundo, o fim do obreiro é a bondade de Deus. (Deus procede como um bom pai que mostra belos quadros a seus filhos para os alegrar). Fim da obra é a glorificação de Deus (a obra é gloria para o mestre, q. d. o mundo está destinado a manifestar a majestade de Deus. O que quer que eu veja clama: Como sois grande, ó Deus! Como sois bom! – Ora, visto como nós mesmos fomos criados para glorificação de Deus, devemos fazer tudo para a glória de Deus, e despertar antes do trabalho a boa intenção. Diga-se: Tudo Mara a maior glória de Deus!”. Também não devemos levianamente destruir as criaturas, porquanto estas apregoam a majestade divina.