quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Notas espirituais de Padre Júlio Maria de Lombaerde

Nota do blogue: Segue algumas notas espirituais do Padre Júlio Maria de Lombaerde retiradas do livro Règlement, livro que recebi de presente do casal Delazari junto com duas lembranças (quem sabe futuras relíquias?!) deste grande Padre. Agradeço imensamente ao casal, Deus lhes pague!

Letícia de Paula


Ø Não recusarei nada a Deus, mas em todos os acontecimentos, sejam agradáveis, sejam desagradáveis, considerarei tudo como vindo das mãos de Deus e me esforçarei para relacionar tudo com a Sua glória. Interrogar-me frequentemente: "Para quem ajo agora"? - Depois, rever minha intenção a fim de que Deus seja seu único móvel.

Ø  União com Deus e, para isso, grande modéstia dos olhos e discrição nas minhas palavras a fim de fazer todas as minhas ações para a maior glória de Deus e exterminar o meu amor próprio. Praticar, nas sextas-feiras e sábados, o voto do mais perfeito, sem fazer disto o voto, por simples promessa a Nosso Senhor e a Maria. - Escolher, nesse caso, entre diferentes coisas boas, o que menos me apetece.

Ø  Esforçar-me por observar escrupulosamente até o menor ponto da regra. Tomá-la-ei por assunto de leitura habitual de meditação e de exame particular.

Ø  Aplicai-vos à humildade, pois tendes certas disposições naturais para o bem do Instituto, desde que saibais conservar-vos na humildade, sem o que seríeis uma pedra de tropeço. Não pegueis nada para vós, não deis logo vossa opinião em coisas de que não sois diretamente encarregado. Eu vos farei avançar mais. Eis um motivo a mais para serdes bem mais humilde, sem o que poderíeis aborrecer aqueles que são mais velhos do que vós. Sede muito discreto e atencioso para com tudo o que vos é confiado, que vosso coração seja como um túmulo, onde se possa depositar tudo, sem receio de que isso venha a aparecer um dia. Sede, no meio de vossos discípulos, como o homem de Deus, fazendo o bem e não procurando a não ser a glória de Deus, sem seguir sentimento próprio de aversão ou de preferência. Evitai dar asa à crítica ou à inveja; que ninguém se escandalize convosco!

Ø  Delicadeza e doçura no relacionamento com os meus confrades. Considerá-los todos como acima de mim.

Ø  União com Deus. Revisão frequente de minha vida a fim de dirigir todas as minhas ações para a maior glória de Deus e a fim de aceitar, com generosidade, tudo o que me acontecer. Começara cada meia hora - uma revisão e reparação - marcar o resultado.

Ø  A perfeição exige esforços, lutas, combates. Nosso Senhor me deu o exemplo, - Ele se tornou verme da terra. Se houvesse um outro meio de conquistar o céu, Ele nos teria mostrado. Mas não há. É pelas lutas, humilhações, desprezo que Ele passou e fez passar Sua Mãe, Seus Apóstolos e Seus santos. Nenhuma exceção. Deve ser portanto a verdadeira e única via. A vontade de entrar nesta via não é suficiente. É preciso a ação, a ação sustentada. Meu Deus, eu quero entrar. Desde hoje, tomo a Vossa Cruz, e quero levá-la na humilhação, no sofrimento. Eu quero tomar-me um santo. Sustentai-me, dai-me a Vossa graça para jamais desfalecer. Que nenhuma dificuldade me faça desistir. A vista de J. M. J. (Jesus, Maria e José) deve me encorajar eu devo me sentir feliz por seguir as Suas pegadas, humilhado como eles, pobre e obediente como eles.

Ø  Para ser inteiramente de Deus, é necessário que o coração esteja livre do menor apego. A menor afeição desregrada a uma pessoa ou a uma coisa é suficiente para paralisar todos os esforços e impede a completa união com Deus. Por conseguinte: desapego absoluto de tudo - oração contínua e atos constantes. "Contraria contrariis curantur". (contrários curam-se pelos contrários - máxima da medicina clássica). Não tenhais perfeição especulativa, mas prática. Não são aqueles que dizem: "Domine, Domine" (Mt. 7, 21) que entrarão no céu. São os violentos. A oração prepara a ação e leva a ela. É o meio, não o fim.

Ø  Estando para emitir os meus votos perpétuos, é preciso que eu me doe a Deus sem reserva. Livre de preocupações é preciso agora, depois de ter exortado os outros, que eu ponha em prática as minhas instruções.