quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Aparição do Menino Jesus na Hungria, outubro de 1956


Hungria, outubro de 1956. Enquanto nas ruas de Budapeste o país é agitado por manifestações revolucionárias, no âmbito de uma paróquia desenvolve-se um dos mais belos episódios da resistência húngara ao regime ateu. Nele transparece todo o vigor da alma católica do povo magiar (húngaro), modelado ao longo de mil anos por uma incontável falange de Santos. Uma frágil criança enfrenta com firmeza a perseguição contra sua fé infantil, mas já inquebrantável, e assim aniquila o adversário.

O maravilhoso milagre que a seguir vamos narrar, aconteceu em 1956. Transmitiu-o o próprio pároco, padre Norberto, um dos últimos fugitivos dos perseguidores da Igreja que atearam fogo para queimar a seiva ardente das almas cheias de fé, dessa sofrida nação.

A COMUNHÃO, FONTE DE ENERGIA PARA A ALMA

A professora Gertrudes, ateia militante, ensinava na escola da paróquia, a serviço do governo ateu. Todas as suas lições giravam em torno da impiedade e da negação de Deus, pois essa era a sua missão. Tudo lhe servia para difamar e ridicularizar a Igreja Católica. O seu programa de ensino era simples: arrancar a fé da alma das crianças e assim formar legiões de pequeninos “sem Deus”.

Novembro - Mês das Almas do Purgatório - INTRODUÇÃO

Fonte: Almas Devotas

Retirado do livro
Mês das Almas do Purgatório
Mons. José Basílio Pereira
 livro de 1943 
(Transcrito por Carlos A. R. Júnior)


Doutrina da Igreja Católica

I - Existência do Purgatório

I. — O Purgatório é um lugar de sofrimento em que as almas dos que morrem em estado da graça, mas sem haver satis­feito à justiça divina quanto à pena tem­poral incorrida por seus pecados, acabam de se purificar, solvendo essa dívida para poderem ser admitidas no Céu, onde con­forme a Escritura, só entrará quem for puro.
II. — As provas da existência do Purgatório podem ser tomadas :

1º. DA ESCRITURA SAGRADA. O Antigo Testamento mostra-nos Judas Macabeu recolhendo doze mil dracmas, es­polio de uma vitória memorável, e remetendo-as para Jerusalém, a fim de que se oferecessem sacrifícios pelas almas dos que haviam perecido no combate, por ser, dizia ele, um pensamento pio e salutar o de orar pelos mortos para que se resgatem de suas faltas.
O Novo Testamento refere-nos estas pa­lavras de Jesus Cristo bem claras e preci­sas: Há pecados que nunca são remetidos, nem neste mundo nem no outro. (Mat. 12) Haverá, portanto, pecados que serão per­doados na outra vida. Não são menos frisantes estas outras palavras da pará­bola do credor: Há uma prisão donde não se sairá senão quando se tiver pago o ceitil derradeiro. (Mat, 18). — E estas de São Paulo: Haverá no último dia um fogo que destruirá as obras de certas almas, que só então salvar-se-ão. (Cr, 3.)
2º. DA TRADIÇÃO INTEIRA, à qual deu o Concilio de Trento esta ratificação infalível:
«Se alguém pretender que todo peca­dor penitente, quando recebe a graça da justificação, obtém a remissão da culpa e da pena eterna de tal sorte que não fica devedor de nenhuma pena temporal a so­frer na terra ou na vida futura no Pur­gatório, antes de entrar no reino dos Céus: seja anátema!» (Sess. 6.a)
3º. DA RAZÃO, finalmente, como São Boaventura com sua lucidez ordinária ex­põe nestes termos: «O Purgatório deve existir por muitas causas:
A primeira, como observa Santo Agos­tinho, é que há três ordens de pessoas: Umas inteiramente más, e a essas não aproveitam os sufrágios da Igreja; outras inteiramente boas, que não precisam de tais sufrágios; outras, enfim, que não são de todo más, nem de todo justas e a estas cabem as penas passageiras do Purgatório, porque suas faltas são veniais.
A segunda causa é a própria justiça de Deus, porque, assim como a soberana bon­dade não sofre que o bem fique sem re­muneração, assim a suprema justiça não permite que o mal fique sem nenhuma punição…
A terceira razão para que haja um Purgatório é a sublime e santíssima dignidade da luz divina que somente olhos puros devem contemplar. É preciso, pois, que volte cada um à sua inocência batismal, antes de comparecer na presença, do Al­tíssimo.
Além disso, todo pecado ofende a Majestade Divina, — é prejudicial à Igreja — e desfigura em nós a imagem de Deus.
Ora, toda ofensa pede um castigo, todo dano uma reparação, todo mal um remédio; portanto é necessário também (neste mundo ou no outro) uma pena que cor­responda ao pecado.
Demais, os contrários ordinariamente curam-se com os contrários, e como o pecado nasce do prazer, o castigo vem a ser o seu remédio natural.
A ninguém pode aproveitar a negligên­cia, que é um defeito, e, se tal defeito não fosse punido, pareceria de vantagem para a vida futura não cuidar de fazer pe­nitência neste mundo.» (Comp. teol., 7).

II - Penas do Purgatório

A revelação que nos fala claramente da existência de um Purgatório não se ex­plica tão claramente sobre o estado em que se acham as almas que precisam de purificar-se; não podemos, portanto, saber com exatidão nem onde elas sofrem, nem o que sofrem, nem de que modo sofrem.
Só podemos afirmar que as penas do Purgatório são extremamente graves e de duas espécies: a primeira, a mais insu­portável, diz o Concílio de Florença, é a privação de Deus.
A necessidade de ver e possuir a Deus, que a alma, desprendida do corpo, com­preende ser o objeto único de sua felici­dade: essa necessidade se faz sentir a todas as nossas faculdades com uma força extraordinária.
É uma sede ardente, é uma fome devoradora, é um vazio medonho, uma espécie de asfixia produzida pela ausência de Deus, que é o alimento e o ar de nossa alma.
A segunda é uma dor que põe a alma em torturas mais cruéis do que as que os tiranos infligiam aos mártires.
A Igreja não definiu a natureza desta dor, mas permite ensinar-se geralmente que há no Purgatório, como no inferno, um fogo misterioso que envolve as almas sem consumi-las; e, diz La Luzerne, con­quanto não seja um artigo de fé, todas as autoridades dão tanto peso à doutrina de um fogo expiatório que seria temeridade desprezá-la.

III - Causas do Purgatório

São duas as causas do Purgatório:
1.a A falta de satisfação suficiente pelos pecados remetidos. É de fé que Deus, perdoando os pecados cometidos depois do batismo e a pena eterna devida a esses pecados quando são mortais, deixa ordi­nariamente ao pecador já reconciliado a dívida de uma certa pena temporal que ele há de solver nesta vida ou na outra.
2.a Os pecados veniais de que os justos podem estar maculados quando partem deste mundo.

IV - Estado das Almas do Purgatório

Conquanto padecendo os mais cruéis tormentos, não se abandonam as almas do Purgatório à impaciência nem ao desespero: estão na graça e na caridade, e sua vontade tanto se conforma com a vontade divina, que elas querem com alegria tudo o que Deus quer. — Adoram a mão que as castiga e, por mais desejos que tenham de seu livramento, não o almejam senão na ordem dos decretos divinos. Conso­lam-se com a certeza que tem de não ofender mais a Deus e de ir um dia pos­suí-lo no Céu por toda a eternidade.

V - Duração das Penas do Purgatório

Essas penas durarão pouco em relação às penas do inferno que são eternas, mas, consideradas em si mesmas, podem durar muito tempo. A Igreja autoriza os sufrágios de aniversário por muitos anos e até durante séculos: o que faz supor que as almas podem ficar todo esse tempo no Purgatório. Autores respeitáveis, entre outros Belarmino, admitem que haja peca­dores detidos no Purgatório até o fim do mundo.
VI - Boas Obras em favor das Almas do Purgatório
Há entre os fieis vivos e os fieis mor­tos comunicação das boas obras.
«A Igreja Católica, esclarecida pelo Espírito Santo, aprendeu nas divinas Es­crituras e na antiga Tradição dos Santos Padres e tem ensinado nos grandes Con­cílios que há um Purgatório e que as almas detidas nesse lugar são socorridas pelos sufrágios dos fiéis e principalmente pelo precioso Sacrifício do Altar». (Conc. Trent. sess, 25.)
O corpo místico de Jesus Cristo se com­põe de três Igrejas bem distintas:
— a Igreja triunfante no Céu,
— a Igreja padecente no Purgatório,
— a Igreja militante na terra.
Essas Igrejas, distintas em razão de sua situação diversa, compõem realmente um só corpo, do qual Jesus Cristo é a cabeça; em virtude da comunhão dos Santos, que professam no símbolo, elas se pres­tam mútuo auxilio. Tal é a magnífica harmonia do corpo da Igreja Católica.
Não poderíamos nunca, diz o catecismo romano, exaltar e agradecer devidamente a inefável bondade divina que outorgou aos homens o poder de satisfazer uns pelos outros e pagar assim o que é devido ao Senhor.
VII - As orações das almas do Purgatório
É certo que as almas do Purgatório não podem merecer para si, mas ensinam comumente os teólogos, diz Monsenhor Devie, que se lhes pode fazer súplicas e que Deus se digna atendê-las, quando elas exercem a caridade para conosco, pedindo o que é necessário. — Os Santos no Céu, acrescenta esse prelado, não podem mere­cer para si; entretanto eles pedem por nós. É a doutrina de Belarmino, de Suarez, de Lessio e de Liguori.
«As almas que pensam, diz Belarmino, são santas, oram como os Santos; e são escutadas em razão de seus méritos an­teriores.»
«A opinião de que as almas do Purgatório oram por nós, diz Suarez, é muito pia e muito conforme à ideia que temos da bondade divina: não é em nada errônea.»
«Os mortos, observa ainda Belarmino, podem vir em nosso auxilio, porque os membros devem imitar a cabeça, o chefe Jesus Cristo… Há-de se dar a reciprocidade entre os membros de um mesmo corpo: assim como na Igreja os vivos socorrem os mortos, os mortos devem so­correr os vivos, cada um a seu modo».
Todavia, a Igreja em seu culto externo não pratica a invocação das almas do Purgatório.

VIII - Aparições das almas do purgatório
1º. Estas aparições estão na ordem, das coisas que Deus pode permitir, e não repugnam a nenhuma das suas perfeições.
Mas as almas do Purgatório, privadas dos seus corpos, não podem por força própria entrar em comunicação com o mundo sen­sível: é preciso um prodígio para que isto se realize.
2º. A Sagrada Escritura faz menção de aparições de mortos como de Samuel a Saul, de Jeremias e do grão-sacerdote Onias a Judas Macabeu, de muitos que saíram do túmulo na morte de Jesus Cristo e foram vistos em Jerusalém.
3º. Um grande número de aparições que se contam são imaginárias, mas é certo que as tem havido verdadeiras, até mesmo em tempos não remotos. Santo Agostinho, S. Bernardo, S. Gregório Magno e S. Liguori referem várias, e seria mais do que temerário acusá-los de mentira ou de imbecilidade. S. Tomás diz: «As almas dos mortos manifestam-se algumas vezes por uma disposição particular da Providência para se ocuparem de coisas humanas».[†]
4º. A Igreja não condenou, em tempo nenhum, esta crença. Cumpre dizer tam­bém que ela nunca sancionou com sua autoridade a autenticidade absoluta de ne­nhuma aparição citada pelos Santos.
5º. Sendo as almas do Purgatório santas, boas e caritativas conosco, quando têm de Deus a permissão de nos aparecer não é evidentemente senão para testemunhar seu amor ou invocar o nosso: longe, pois, de nos causar terror, uma aparição deveria alegrar-nos.
Assim devemos ter como alucinação fantasmagórica, conto de pura invenção, toda aparição que só tenha por fim apavorar os vivos. É uma indignidade prestar este papel a almas santas.

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[†] É portanto, contrária ao ensino da Igreja, além de humilhante e afrontosa aos destinos e condição das almas dos finados, a doutrina do espiritismo que dá aos médiuns o poder de as chamar ao mundo a fazerem revelações. A Igreja tem por várias vezes condenado esse erro e suas funestas práticas e, ainda recentemente, ocupou-se do assunto o Instituto Psicológico de Paris, nomeando para estudá-lo uma comissão que a esse fim celebrou 60 sessões, nas quais tomou parte o medium mais afamado da Europa e cujo resultado Gustavo Le Bon, que é um eminente cientista e não um clerical nos Annales de Sciences Psychiques, resume na seguinte conclusão: «O que há de certo no espiritismo é ter abalado milhares de mioleiras que já não estavam muito sólidas». (Do Trad.)
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Trecho extraído do livro - Mês das Almas do Purgatório - Mons José Basílio Pereira - 10a. Edição - 1943 - Editora Mensageiro da Fé Ltda. - Salvador - Bahia

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Carta Mortuária do Padre Rodolfo Komorék



Residência Salesiana São João Bosco 
Inspetoria de Maria Auxiliadora
São José dos Campos – Brasil

São José dos Campos, 24 de abril de 1950.
Caríssimos irmãos,

Com o ânimo profundamente comovido vos comunico a morte do caro irmão professo perpétuo sacerdote Rodolfo Komorék, de 59 anos, em São José dos Campos a 11 de dezembro de 1949.
Filho da heróica Polônia, nasceu em Bielsco, Silésia, a 11 de outubro de 1890. Seus pais, João Komorék e Inês Gach, o educaram em sentimentos de piedade e de grande delicadeza de consciência. Uma sua irmã ainda viva escreve dele: "Desde menino era bom e devoto, e assim também como estudante de ginásio. Era o melhor dos seis filhos: e é o primeiro que morre após os genitores”.
O doce e santo lar foi o ambiente propício para fazer germinar a plantinha da santa vocação. De fato, o pequeno Rodolfo sentiu logo no seu coração a voz do Senhor que o chamava para ser um dia um zeloso ministro do altar. Com grande alegria de sua alma entrava no Seminário diocesano e já em 1909 era revestido da veste talar. Daquele tempo nos fala ainda sua irmã: "No Seminário, pela sua bondade, todos o queriam bem, o amavam muito, e desde então o chamavam um São Luís". Das mãos do Cardeal Kopp recebia em 1911 a tonsura e em julho de 1913 recebia do mesmo Emmo. Cardeal o sagrado presbiterado.
Após ter trabalhado por nove anos no ministério paroquial em sua diocese, sentindo em seu coração o desejo de uma vida mais perfeita, fez o pedido para ingressar entre os filhos de São João Bosco. Em julho de 1922 iniciava o santo noviciado em Klecza Dolna, e em 1923 fazia a primeira profissão trienal. Passou um ano na casa de Przemysl, paróquia e escola para organistas. Em seu inato desejo de vida de sacrifício e de apostolado, fez o pedido para ser missionário. Sonhava morrer mártir entre os selvagens.
Em 1924 era parcialmente satisfeito o seu desejo, pois partia para a América do Sul. Sua segunda pátria será o Brasil, onde trabalhará por 25 anos. Seu primeiro campo de trabalho foi a florescente colônia polonesa de São Feliciano, Rio Grande do Sul. Em 1929 o encontramos em nossa casa de Niterói, onde trabalhou como vice-pároco, no nosso frequentadíssimo Santuário de Maria Auxiliadora. Ainda hoje é recordado pelos fiéis, que tanto o estimavam. De 34 a 36 trabalhou como bom filho de Dom Bosco em Luís Alves, Santa Catarina, entre os colonos italianos e poloneses. Em 1936 foi enviado como confessor e professor ao nosso florescente aspirantado de Lavrinhas. Sua fibra robusta estava enfraquecida pelo muito trabalho e pelo mal que o minava. Foi por isso constrangido a vir a esta casa de saúde. São José dos Campos foi o último campo de seu fecundo apostolado. Por oito anos trabalhou; embora enfermo, nesta cidade climatérica, dando a todos exemplo de uma vida ilibada, mortificadíssima e de grande zelo pela salvação eterna das almas. Na verdade o nosso caríssimo Pe. Rodolfo foi um digno e santo filho de São João Bosco, que honrou a nossa amada Congregação com a prática das mais excelsas virtudes.
Sua caridade era proverbial: amava os pobres, os humildes, e na assistência aos enfermos era um autêntico apóstolo. Não queria ceder a ninguém a felicidade de poder assistir a um agonizante e levar-lhe os confortos da nossa santa Religião. Tinha predileção pela virtude da humildade: procurava sempre o último lugar e amava ficar escondido. Nas festas ou diante dos ricos se sentia a contragosto, com a aparência de um tímido menino que quer fugir. Entre os pobres, ao invés, se sentia no seu ambiente, se sentia feliz entre os infelizes. Por alguns anos foi o capelão de um asilo de pobres velhos e ficava radiante de alegria quando se colocava à mesa ao lado daqueles pobrezinhos, participando da sua frugal refeição. O Pe. Rodolfo era um homem verdadeiramente bom, simples da simplicidade evangélica e profundamente humilde. Se lhe parecia ter de qualquer forma ofendido alguém, pedia logo humildemente perdão.
Tinha a austeridade de um asceta, de um penitente, mas ao invés de afastar, atraia irresistivelmente quem quer que fosse embora o visse pela primeira vez.
No seminário diocesano, Mons. Ascânio Brandão, seu penitente, escreveu um belo artigo, que retrata maravilhosamente este nosso querido irmão. Entre outras coisas, diz: "O Pe. Rodolfo falava pouco, apenas o necessário, e nem por isso deixava de ser delicado e amável. No ministério sacerdotal, o mais difícil, o mais penoso, o mais incômodo ele o disputava com ardor. Julgava-se o escravo de todos, e tinha por lema: servir e nunca ser servido. Homem do dever e do sacrifício. Nunca se ouvia dos seus lábios uma queixa, uma recriminação, uma palavra dura, um simples lamento. "Si quis in verbo non offendit, hic perfectus est vir", diz o Apóstolo. "Se alguém não peca pela palavra é santo". Aqui admiramos todos Pe. Rodolfo. Longos anos com ele tratamos e palestramos, e jamais uma palavra supérflua, e muito menos irrefletida. Nem uma censura, uma expressão que denotasse a mais leve falta de caridade. Tudo nele edificava. E não era triste, não. Tinha o sorriso da bondade dos santos.”.
A sua vida de oração era profunda. Vivia sempre recolhido, tanto em casa, como pelas ruas da cidade. Passava longo tempo diante de Jesus Sacramentado e era o primeiro pela manhã a chegar bem cedinho à capela para visitar o Divino Prisioneiro. O seu amor e reverência para Jesus era tanto, que ao levar o viático privadamente aos enfermos, caminhava sempre de cabeça descoberta, quer pelas ruas da cidade, quer pelo campo, sob o sol quente, como debaixo de chuva. Ao entrar em qualquer igreja, era belo vê-lo ajoelhar-se logo com ambos os joelhos, fazer uma reverência profunda e ficar imóvel por muito tempo.
Amava a Virgem, e não deixava nunca nenhum doente sem o escapulário do Carmo e a bênção de Maria Auxiliadora. Rezava diariamente com fervor o santo Rosário e falava com unção da Mãe de Deus.
Pode-se dizer que o Pe. Rodolfo foi o apóstolo da confissão, um verdadeiro herói do confessionário. Era muito procurado. Todos queriam confessar-se com ele: ricos, pobres, leigos e eclesiásticos, irmãs e religiosos.
Com sua têmpera de aço, unida a uma vontade tenaz, embora consumido pela doença, entre dores cruciantes, com a respiração afanosa, febricitante, ainda atendia às confissões, administrava os SS. Sacramentos. Era, na verdade, comovente aquele seu heroísmo.
De seu espírito de penitência fala ainda Mons. Ascânio Brandão, escritor de renome e conhecido em todo o Brasil Católico: "O seu espírito de penitência foi notável. Por mais que o procurasse ocultar, via-se logo a que austeridades se entregava continuamente. Dormia no chão duro. Tinha horror ao leito macio. Quando a obediência o obrigava a se acolher ao leito, sobre tábuas duras havia de repousar".
De uma cartinha de sua irmã tiramos esta afirmação que revela qual espírito de pobreza e de penitência o acompanharam por toda a vida: "Nunca possuiu nada, porque tudo o que tinha, dava aos pobres. Não dormia na cama, mas ou sobre um banco ou sobre o pavimento".
Era o homem da Regra - amava-a e a praticava com perfeição. Observava os santos votos com escrúpulo. Era obediente até o sacrifício, sempre pronto a dar aulas, a pregar, a assistir os enfermos, etc. Nutria grande reverência para com os seus superiores, mesmo se muito mais jovens do que ele. Fazia seu rendiconto mensalmente com uma simplicidade e sinceridade que comovia quem o escutava.
A virtude da pobreza era sua característica. Vivia como verdadeiro pobre de Jesus Cristo: sua batina, seus sapatos, seu chapéu eram remendados. Nunca pedia nada de novo, mas usava o que os outros deixavam.
Na mesa era mortificadíssimo: nunca se alimentava de carne ou de iguarias finas, não provava uva, vinho ou outras bebidas.
Amou a virtude angélica; e a sua vida foi toda perfumada dos aromas desta bela flor predileta de Maria. Era muito reservado no falar com as mulheres, e o fazia somente quando o exigia a caridade ou o sagrado ministério.
Aparentemente não revelava a sólida cultura que possuía. Era autêntico homem de estudo e nunca perdia tempo. Lia diariamente a sagrada teologia e livros de ascética. Possuía bem a moral, o direito canônico e a liturgia. Tinha estudado a história, a geografia e falava corretamente quatro idiomas, o que muito o ajudou no ministério das confissões. E, quem o diria? Aquela figura de homem humilde, tímido, era ao invés a do mestre, do sacerdote de rara cultura, inteligência viva e perspicaz. Ouçamos ainda Mons. Brandão, falando dele: "Possuía o talento, a habilidade rara de se esconder e se humilhar, a paixão pelo último lugar, a sede de humilhações e de sofrimentos. Eram as características desta santidade que quanto mais ele a procurava esconder, tanto mais brilhava aos olhos de todos que o conheceram: O Padre Santo. O povo não se referia a ele sem esta expressão, que brotava espontaneamente do coração para os lábios".
Muitas vezes o vi reprovar docemente, mas com energia, quem assim se exprimia dizendo: eu sou o pobre Pe. Rodolfo, grande pecador.
Na última fase de sua doença foi internado em um sanatório desta cidade. Queríamos chamar um auto, mas ele, que andava sempre a pé, não quis absolutamente.
Tive que acompanhá-lo numa modesta charrete. À partida, disse aos irmãos: adeus, não voltarei mais, rezai por mim.
As boas irmãs do sanatório, que já o conheciam e admiravam desde muito tempo, prodigaram-lhe toda a espécie de cuidados. Aí edificou a todos, irmãs, médicos e enfermeiras, pelo seu fervor e resignação nos sofrimentos.
Rezava sempre. Uma semana antes de morrer, chamou-me para dizer que queria fazer a sua confissão geral e receber a extrema-unção. Não quis nenhum outro no seu quarto e ele mesmo, com grande fervor, respondia as palavras na administração do óleo santo. Passou os últimos dias de sua vida em contínua oração. Recebia Jesus diariamente das mãos do capelão. Os múltiplos sofrimentos não o afastava de seus colóquios com Deus. Com as mãos cruzadas sobre o peito em atitude de penitente, passava as horas imóvel, sem mudar de posição, sem procurar alívio às suas dores agudas. Não quis o balão de oxigênio para aliviar a respiração afanosa, nem sequer água para umedecer os lábios secos pela febre. Queria morrer como penitente e beber até à última gota o cálice do sofrimento.
Na tarde do dia 11 de dezembro seu estado se agravou e ele mesmo pediu ao capelão para que lhe lesse as preces dos agonizantes. Avisados por telefone, fomos alguns sacerdotes desta casa para visitá-lo. Rezamos ainda as orações dos moribundos e as orações da boa morte do Jovem Instruído. Pe. Rodolfo passou suas últimas horas de vida abraçado ao seu grande crucifixo, em contínua oração. Às 23:20 horas do dia 11 de dezembro entregava sua bela alma a Deus. Na manhã seguinte, o corpo foi transportado para a capelinha da nossa residência. A notícia se difundiu rapidamente por toda a cidade: morreu o Padre Santo. Durante o dia foi uma contínua afluência de fiéis, que o queriam ver ainda uma vez e tocar em seus restos mortais terços e medalhas. Os funerais foram imponentes, um verdadeiro triunfo. Foram a exaltação do servo bom e fiel. A rádio local difundiu por toda a parte a notícia, e na hora do enterro, embora chovesse continuamente, uma grande multidão de fiéis de todas as classes sociais se aglomerava diante da nossa residência. Formou-se um imponente cortejo, precedido pelos meninos, depois a juventude católica, homens e senhoras das diversas associações paroquiais e por fim o povo. Estavam presentes muitos sacerdotes, seculares e religiosos, e os nossos, vindos das casas mais próximas. Durante quase todo o percurso a rádio local fazia um belo elogio dele. No cemitério, sempre de baixo de chuva, o pároco fez um tão belo elogio deste digno filho de Dom Bosco, que fez chorar a todos os presentes.
No sétimo dia da morte cantou-se uma solene Missa de requiem na igreja paroquial, celebrada pelo sr. inspetor, Pe. João Resende. Sua bela alma foi sufragada com muitas missas, mandadas celebrar pelos fiéis seus penitentes.
Quero terminar esta carta mortuária com as palavras de Mons. Ascânio Brandão no referido artigo: "Nestas linhas, a homenagem sincera ao amigo saudoso, ao inesquecível pai espiritual, e não sei se darei pêsames ou felicitarei a benemérita Congregação Salesiana pela morte triunfal de um Justo".
Aos parentes, transmito os pêsames e asseguro a lembrança nas orações.
Caros irmãos - não sabemos se o Senhor em Seus imperscrutáveis desígnios quererá um dia glorificar também sobre esta terra o Seu servo fiel, como certamente já o terá admitido a glória celeste. Entretanto, sejamos-lhe largos de nossos fraternos sufrágios, também para obtermos a sua proteção.
Peço-vos também um memento por esta casa e por quem se professa vosso af.mo em D. Bosco Santo.
SAC. GASTÃO MENDES 

(Traços biográficos)

As sete portas do inferno - quarta porta: A embriaguez

Fonte: Fiéis Católicos de Ribeirão Preto



“Não erreis: os bêbados não herdarão o reino de Deus”, diz S. Paulo. A embriaguez é um dos vícios mais vergonhosos e funestos. O seu efeito imediato é privar o homem do uso da razão e até de seus membros. Este pecado ultraja a Deus porque mancha e apaga no homem a imagem de Deus. Pela sua alma o homem é a imagem de Deus. Como Deus, a alma conhece, ama e quer. Vede agora o escravo da bebida. Onde está a imagem de Deus? O embriagado é incapaz de formar uma ideia. Semelhante ao animal, não é capaz de exprimir seu pensamento. Onde estão seus sentimentos? Só tem instinto de bruto. Onde está sua liberdade? Faz o que não quer e não faz o que quer. Chega a ponto de não poder ficar de pé, de não poder dirigir seus passos, de cair. 
Um dia, um bêbado caiu numa sarjeta. Chega um cão, olha, fareja-o festejando-o com a cauda. O cachorro parecia satisfeito por encontrar um colega. Mas depois o cachorro foi-se embora, e o bêbado ficou deitado na lama, porque não podia arredar-se do lugar. Deus fez o homem grande, diz a Escritura, mas, pelo vício, o homem nivelou-se ao bruto.
O alcoólico é inimigo de sua alma, porque calca aos pés todos os mandamentos da lei de Deus. Amai a Deus sobre todas as coisas, diz o primeiro mandamento. O escravo da embriaguez é do número daqueles que S. Paulo estigmatiza, quando diz: “Seu ventre é seu Deus”. O bêbado blasfema frequentemente, roga pragas, jura falso, profana o dia do Senhor, é mau filho, mau pai, mau esposo, briga, fere, às vezes mata. Como é raro dois embriagados separarem-se sem trocar uns murros e se estragar a cara.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Para quem deseja seguir a vida religiosa!

Fonte: Escravas de Maria


Quando nasce uma obra

Cor unum et anima una.
Um coração e uma alma.

O que é vocação?

É um chamado de Deus para alcançar uma vida consagrada totalmente a Ele.
É um chamado à união divina e esforçando-se para alcançar a perfeição religiosa.
É um desejo persistente ou ao menos periódico de dar-se generosamente a Deus e à Sua Igreja. Se Deus e Maria a chama a esta vocação de escravidão total venha conhecer a Sociedade Religiosa Regina Pacis/Escravas de Maria Rainha da Paz e depois, se assim for da vontade de Deus e da Santíssima Virgem Maria, consagre-se neste estado de vida.

Somos religiosas, Escravas de Maria Rainha da Paz, de voto simples e vida ativa, vivemos a escravidão a Jesus por Maria (Ad Jesum per Mariam).

Fundada pela reverenda Madre Jeanne d'Arc na cidade Campo Grande, Mato Grosso do Sul Centro-Oeste do Brasil, as Escravas de Maria perpetuam a vida religiosa tradicional, pela vivência e observância da escravidão à Santíssima Virgem sob o título de Maria Rainha da Paz. Este Convento possui uma vida apostólica externa e uma vida silenciosa de oração e trabalhos manuais dentro do convento. Em nosso santo hábito é incluído o escapulário creme. As Escravas de Maria guardam a liturgia tradicional, com o Ofício Divino e o Santo Sacrifício da Missa rezados em latim, com um pouco de canto gregoriano, segundo nossas possibilidades, silêncio, recolhimento, penitência, reparação e sacrifício e a reza diária do Santíssimo Rosário. 

Dom Tomás de Aquino, OSB, Prior do Mosteiro Beneditino da Santa Cruz, é o nosso diretor espiritual.

Nossos padroeiros são:

Maria Rainha da Paz; festa dia 31 de maio.
Santa Teresinha do Menino Jesus; festa dia 03 de outubro.
São Luís Grignion de Montfort; festa dia 28 de abril.  

Primeiros passos para quem quiser ser Escravas de Maria. É necessário:

Ter entre 17 a 30 anos de idade (existem exceções de idade para ser admitida). Vontade, caráter, sólidos princípios morais e amar a tradição da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Aptidão à oração, ao silêncio, penitência e desejar a união divina por meio à escravidão ao Nosso Senhor pelas mãos da Santíssima Virgem Maria na vida apostólica. Observâncias do horário de nossa Congregação e na formação.    
                                                                                     
Horário para alma que quer ser tornar perfeita nesta Congregação

05:30 Levantar: Consagração ao São Luís Maria Grignion de Montfort
06:00 Angelus
06:02 Prima
06:15 Meditação
06:45 Santa Missa
07:30 Café da manhã
08:00 Estudo e Formação
08:40 Trabalho
11:00 Lectio Divina
11:30 Sexta
11:40 Terço (gozosos)
12:00 Angelus
12:05 Almoço
12:35 Recreio
13:30 Descanso ou leitura espiritual
14:00 Trabalho
15:00 Terço (dolorosos)
15:20 Trabalho
18:30 Terço (gloriosos)
19:00 Angelus
19:05 Jantar
19:45 Recreio
20:45 Completas
21:00 Grande silêncio
21:30 Apagar todos as luzes e descanso

O apostolado interno e fora do Convento se faz como a Madre designar.

Postulantado

São de seis meses a um ano, durante o qual a candidata aprende e experimenta a vida da escravidão na clausura do nosso Convento. No postulantado terá a recepção e imposição dos escapulários de Nosso Senhora do Carmo, São Miguel Arcanjo e da medalha milagrosa.  O postulantado se faz na clausura, numa vida dedicada à oração.


Noviciado

Dois anos de duração, iniciando-se com a recepção do hábito das Escravas de Maria.
O primeiro ano do Noviciado é o Canônico e neste dia ocorre a Consagração a Nossa Senhora pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort e também a assinatura do documento onde está escrito a escravidão. Os dois anos de noviciado são na clausura numa vida dedicada a oração e ao trabalho interno. 


Profissão temporária  
                                                                                                         
Renovado a cada um ano os votos religiosos de pobreza, castidade e obediência.
Neste dia terá recepção do anel na mão direita em sinal externo de escravidão. 



Anel na mão direita (dezena do terço) este sinal representa as correntes do Santo Rosário ao qual nos há de salvar e sinal externo da escravidão.

Profissão perpétua             
                                                                                                   
Os votos perpétuos serão feitos com 35 anos de idade. Neste dia haverá recepção do anel na mão esquerda... uma esposa de Cristo para sempre! Se estiver com 30 anos (ou mais) depois do noviciado terá que fazer 10 anos de renovação dos votos temporários e depois sim os votos perpétuos.


Anel na mão esquerda (anel com uma pequena cruz) esta cruz sobre o anel representa que a paz só vem pelas cruzes carregadas e aceitas a cada dia com resignação. 


Esposas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Oração

Reza do Santo Terço diante do Santíssimo


Ofício Divino


Trabalho apostólico
Confecções de Sacramentais 



Na formação das almas 

Catequeses 


Formação:
Edições de livros

       
Deo gratias et Mariae.

Convento Domina Nostra Regina Pacis 
Capela Santa Teresinha do Menino Jesus da Sagrada Face.
Endereço: Rua José Luiz Carneiro Camargo nº 83 Jardim Auxiliadora,
CEP: 79051-710.
Telefones: +55 (67) 3349-0278 ou +55 (67) 9984-1335 (Vivo)                                                   
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