domingo, 29 de julho de 2012

2 - Qualidades da Fé

Nota do blogue: Acompanhe o Especial AQUI.



Þ    1 - A fé deve ser uma

            Assim como não há senão uma religião verdadeira porque não há senão um Deus; assim também não pode haver senão uma fé em que se acreditem as mesmas verdades e impere o mesmo motivo.
            As nossas cartas de naturalização no seio da Igreja, diz Monsabré, tem esta assinatura: «Unus Dominus, una fides, unum baptisma, - Um só Senhor, uma só fé e um só batismo». (Efés. IV, 5)”

Þ    2 - A fé deve ser esclarecida

            O cristão deve estudar com grande diligência a sua fé, sobretudo nos tempos de hoje. Se vive apenas de umas reservas de fé, adquiridas no catecismo e mantidas por alguns sermões, o seu capital religioso tem o duplo inconveniente de se não renovar suficientemente e de diminuir fatalmente.

Þ    3 - A fé deve ser pura

            Devemos acreditar em tudo o que a Santa Igreja manda e não acreditar naquilo que ela não quer que se acredite. Evitar, pois, as alterações, as supressões, as adições ou superstições. O Apóstolo São Paulo fez esta recomendação a Timóteo: «Guarda o depósito da fé».
            «Quando o vento impetuoso perpassa por uma árvore, diz Monsabré, e lhe arranca um ramo, nesse ramo deixa de circular a seiva, deixa de ter vida, seca, é lenha para o lume; assim também quando o vento do orgulho perpassa pelo espírito de um cristão, de maneira que acredita numas verdades da religião mas não acredita noutras, esse cristão deve considerar-se como um ramo separado do tronco que é Jesus Cristo; é lenha para o fogo eterno; não pode salvar-se, porque não há salvação senão no fundamento que foi posto e que é Jesus Cristo.

Þ    4 - A fé deve ser simples

            À simplicidade da fé consiste em crer porque Deus o disse sem estar com discussões nem arrazoados; porquanto, se Deus falou, a que vem o exame? Que temos nós com os motivos e razões das Suas palavras? Se Ele o diz, Ele o sabe. Para fazermos uma idéia da simplicidade com que devemos crer na palavra de Deus tomou um dia o divino Salvador a um menino e pondo-o no meio de Seus discípulos disse-lhes: - «Quem se não sujeitar ao Evangelho com a simplicidade de um menino não entrará jamais no reino do Céu». (Mat. XVIII, 3).
            Isto diz tudo; e não será esta palavra a condenação de tantos que ousam criticar e censurar a religião no que é superior à razão humana, mostrando-se mais filósofos do que cristãos?

Þ    5 - A fé deve ser firme

            À firmeza consiste em crer nas verdades da religião sem hesitar e com uma segurança tal que nada a possa abalar, nem as objeções dos ímpios, nem as tentações do demônio, nem as incertezas do nosso espírito. A fé era tão firme nos Apóstolos que, contando a vida de Jesus Cristo, podiam acrescentar: «Estas palavras eu as ouvi dos seus próprios lábios, a este milagre assisti eu». Porque não acredito em Jesus Cristo na Sua doutrina, nos Seus milagres como os Seus contemporâneos; os argumentos que eles tiveram conservam a sua força convincente e há vinte séculos que se lhes têm juntado outros.

Þ    6 - A fé deve ser viva

            A fé deve produzir boas obras.
            - Cremos num Deus infinitamente bom? Devemos amá-lO; cremos num Deus infinitamente grande? Devemos servi-lO; cremos num Deus infinitamente justo? Devemos temer o pecado. Não acreditar nestas verdades é ser infiel; e crê-las e viver como se não cresse é ser insensato. Qual destas duas coisas somos? Quem não crê, diz o Salvador já está julgado; mas quem crê e vive como se não crera, será mais severamente castigado.
            «À fé sem obras, diz São Tiago é morta». «À fé sem obras, diz São Paulo Crisólogo, é uma árvore sem fruto». Um cristão sem obras é comparado a um rico que não fez render o seu capital e que morre de fome não obstante seu dinheiro.
            «Harmonizarei a minha vida com a minha fé, diz Santo Ambrósio, mostrá-la-ei em minhas obras». 

sábado, 28 de julho de 2012

À semelhança de Deus

Por um cartuxo anônimo
Intimidade com Deus


            Quando encontramos o caminho que nos leva sem desvios ao coração de Deus, o que mais O glorifica e nos dá a certeza do seu fim, descobrimos só com um olhar a infinita urgência do amor. Não podemos ignorar este convite a darmos tudo o que temos e a juntarmo-nos Àquele que nos chama: a linha traçada é imperiosa e é o homem inteiro que é preciso comprometer para a seguir.
            As pequenas cruzes e contrariedades que até aqui tantas vezes perturbavam a nossa existência quotidiana passarão a ser aceitas como aquilo que são realmente: testemunhos do amor de Deus. A fidelidade desta aceitação bastaria para nos preservar da tibieza e para nos conservar vigilantes no amor. «Que a vossa conduta seja digna de Deus, agradando-lhe em tudo, frutificando em todas as boas obras, e crescendo na ciência de Deus; confortados com toda a fortaleza pelo seu poder glorioso, para suportar tudo com paciência e longanimidade e alegria, dando graças a Deus Pai» (Col., I, 10-12).
            Todo o amigo gosta de conhecer melhor o seu amigo, para poder satisfazer mais fielmente os seus desejos e unir-se-lhe totalmente em espírito. É por isso que gostaríamos de reduzir em nós próprios o mundo ao silêncio e dominar a nossa natureza, para ouvir no nosso coração o Hóspede divino e cumprir todas as Suas vontades. Com o espanto duma criança que descobre o Universo, veremos cada vez mais claramente, onde os nossos olhos espirituais nada viam antigamente, a ação e a ordem de Deus. «O que eu peço é que a vossa caridade cresça mais e mais em conhecimento e em todo o discernimento, para que possais distinguir o melhor, para que sejais sinceros e irrepreensíveis para o dia de Cristo» (Filip., I, 9-10).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Um prefácio muito interessante...

Nota do blogue: Criança é muito movida pelas paixões, por isso existe grande risco da criança se perverter ainda na infância mesmo não chegando a tal "idade da razão" (sete anos), por exemplo: tire um brinquedo da mão de uma criança de um ano e veja o escândalo que ela faz. E ao mesmo tempo em que ela é movida pelas paixões ela tem um vigor e facilidade muito grande em aprender, mesmo no campo espiritual, por isso a importância da educação dada pela mãe (em primeiro lugar, pois é a que mais fica com a criança e recebeu de Deus dons para essa honrosa missão) no âmbito físico, intelectual, moral e espiritual. A criança será o que a mãe quer que ela seja -- assim dizia um grande educador moralista -- e para isso requer paciência, atenção, psicologia infantil, exemplo, vontade de ser santa e tempo, e por saber disso a Igreja que é Mãe e Mestra sempre ensinou que a mulher foi feita para o lar, ela é comparada a "uma lareira" (Mons. Landriot), pois que aquece, ilumina e traz aconchego para a família, justamente o que a sociedade feminista e comunista não prega. 

Letícia de Paula

A Mãe segundo a vontade de Deus


       Nenhuma pessoa há, por mais inteligente e instruída que seja, que possa racionalmente dispensar-se de volver a atenção para os seus deveres, comparando freqüentes vezes e muito a sério, o que é com o que devia ser. É no esquecimento do dever que nascem os grandes males. A arte de bem viver aprende-se, praticando-se; mas não se pode praticar convenientemente, se o espírito a não meditar e aprofundar. Quantas vezes ouvimos dizer: «Ô! se eu pensasse, não fazia isso, se soubera o que me veio a acontecer, teria procedido doutro modo»? - E porque não pensastes a tempo; para evitardes um arrependimento tardio e talvez inútil?
            Porque o orgulho, a vaidade, o capricho e o amor próprio se meteram, de permeio. É necessário, pois, que cada um, no seu estado e condição, procure compenetrar-se bem dos deveres que tem a cumprir, e veja o modo como os cumpre. Todos nós devemos caminhar para um mesmo destino sobrenatural, mas por diversos caminhos, conforme o papel que temos de representar cá na terra, segundo o plano da Providência. Basta fixarmos os olhos na sociedade, para em breve descobrirmos até que ponto se estende a influência que nela exercem as mães de família. Abalanço-me a dizer que para regenerar a sociedade só duas coisas eram necessárias: bons pastores no meio das paróquias e boas mães no seio das famílias com estes dois fatores não haveria dificuldades que se não vencessem.

terça-feira, 24 de julho de 2012

ORACIÓN por la conversión de los judíos (1854), con Imprimatur.

Fonte: En Gloria y Majestad 

Oratio Pro Conversione Iudaeorum


Et ingressus est in ea spiritus, et vixerunt, Ez. XXXVII

PRIÈRE pour la conversion des Juifs (1854). Avec Imprimatur

Seigneur, Dieu d'Abraham, d'Isaac et de Jacob, qui parmi toutes les nations aviez élu les Israélites pour devenir votre peuple et votre héritage privilégié, considérez l´état déplorable dans lequel ils gémissent depuis si longtemps ; ils sont abreuvés de mépris et d'opprobres, parce qu'ils ont méconnu votre Fils Jésus-Christ; ils ne reconnaissent pas encore leur erreur ni leur aveuglement, nous implorons donc pour eux votre miséricorde, Seigneur, et votre lumière.
Ouvrez vos entrailles de miséricorde pour les brebis égarées de la maison d'Israël, afin qu'elles reviennent au bercail du véritable Pasteur, et que l'Enfant Prodigue retrouve la maison paternelle. Exaucez, Seigneur, nos prières, nous les joignons à celles de leurs frères convertis, et aux mérites de  Jésus-Christ expirant sur la croix et disant ; 0 mon Père ! pardonnes-leur, car ils ne savent pas ce qu'ils font. Levez enfin le voile de dessus leurs cœurs, afin qu'ils reconnaissent avec nous Notre Seigneur Jésus-Christ. Amen.


ORACIÓN por la conversión de los judíos (1854), con Imprimatur.

Señor, Dios de Abraham, de Isaac y de Jacob, que entre todas las naciones habéis escogido a los Israelitas para que sean vuestro pueblo y vuestra herencia privilegiada, considerad el estado deplorable en el que gimen desde hace tanto tiempo; están llenos de desprecio y oprobios, porque no han conocido a tu Hijo Jesucristo; no reconocen todavía ni su error ni su ceguera; Señor os imploramos, pues, por ellos tu misericordia y tu luz.
Abrid vuestras entrañas de misericordia en favor de las ovejas perdidas de la casa de Israel, a fin que retornen al rebaño del verdadero Pastor, y que el Hijo Pródigo reencuentre la casa paterna. Atiende, Señor, nuestras súplicas, que unimos a las de sus hermanos conversos, y a los méritos de Jesucristo que expirando en la cruz dijo:Perdónalos Padre, porque no saben lo que hacen. Por último, quitad el velo que cubre sus corazones, a fin que reconozcan junto con nosotros a Nuestro Señor Jesucristo. Amén. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

La vida oculta en Dios - Introducción

INTRODUCCIÓN


El autor de estas páginas es un sacerdote que sufrió mucho y a quien el Señor colmo visiblemente. Enteramente desligado de sus notas espirituales, autorizó la publicación de parte de ellas en 1929. Virgo Fidelis, prologada por el R. P. Garrigou-Lagrange, tuvo un gran éxito en Francia y en el Canadá. Su acento «vivido» y su profunda sencillez conmovieron a muchas almas.

Posteriormente, el autor, definitivamente inmovilizado por el sufrimiento, aceptó entregarnos sus papeles inéditos -él, que tan amigo era del Carmelo y que tan impregnado estaba de su espiritualidad-, con la esperanza de poder hacer todavía algún bien a las almas, a las que tanto amaba y a las cuales ya no podía llegar por sí mismo sino en lo invisible. Y murió en el mismo memento en que aparecía la primera edición de La vida oculta en Dios. El señor obispo de Limoges nos autorizó entonces a revelar que bajo el seudónimo de Robert de Langeac se ocultaba el reverendo señor Delage, sacerdote de San Sulpicio y profesor de Dogma del Seminario Mayor. El prelado concluía su escrito con este elogio, que tan hermoso es en su brevedad: «El autor vivía lo que expresaba.»

ESPECIAL: La vida oculta en Dios - Robert de Langeac

Nota do blogue: Inicia-se hoje a divulgação de uma ótima obra cartuxa: La vida oculta en Dios


v     INTRODUCCIÓN
I. EL ESFUERZO DEL ALMA

Þ   La vida interior
Þ El desorden y la lucha
Þ Despojo de la imaginación
Þ Mortificación del corazón
Þ Renunciamiento a la voluntad propia
Þ Humildad
Þ Mansedumbre
Þ Amor a la Cruz
Þ Paciencia
Þ La fe
Þ La esperanza que engendra el abandono
Þ El amor
Þ Morad en Cristo
Þ Bajo la mirada de Dios
Þ A la sombra de la Eucaristía
Þ María, nuestra Madre
Þ Hallar a Cristo en sus manos
Þ El espíritu de oración
Þ La caridad para con el prójimo
Þ Silencio y soledad del corazón

II. LA ACCIÓN DE DIOS

Þ El deseo de la perfección
Þ El deseo de la unión plena con Dios/Su invitación viene al alma desde dentro de si misma
Þ Dios es quien la escoge y quien la atrae
Þ Presencias y ausencias de Dios
Þ Necesidad de las purificaciones pasivas
Þ Dios vacía poco a poco el alma para entregarse a ella
Þ Dios abrasa el alma
Þ Y la deja recaer en su miseria nativa
Þ Aceptad en paz la prueba
Þ Contemplación feliz y contemplación dolorosa
Þ Palabras de Dios al alma
Þ Éxtasis y oración
Þ Gracias místicas y actividad externa.
Þ Los «pianissimos» de la unión: nuevas búsquedas de Dios
Þ El deseo torturante de Dios
Þ Sufrimientos purificadores, sufrimientos redentores y apostólicos
Þ Alegría en el sufrimiento que conduce a Dios
Þ Levántate, amada mía


III. LA UNIÓN CON DIOS

Þ Dios, último centro del alma/Dios, morada del alma
Þ Intimidad
Þ Realidad de la posesión de Dios
Þ «Matrimonio» espiritual/El alma participa en la vida trinitaria
Þ Cristo entra en el alma
Þ Dignidad y armonía del alma interior
Þ Su modestia/Su soltura
Þ El sueño del alma en Dios
Þ El alma se convierte en la presa del Amor divino
Þ Pureza, fuerza y riqueza de este amor
Þ Llaga de amor
Þ El alma, elevada por encima de sus facultades, recibe las confidencias
divinas
Þ Conocimiento divino
Þ El alma se enriquece con el conocimiento de los atributos de Dios
Þ Dios revela especialmente su Poder, su Sabiduría y su Belleza
Þ Los divinos perfumes
Þ El alma exulta
Þ El alma canta
Þ Dios elogia al alma su belleza
Þ La Virgen Maria, preferida de Dios
Þ El alma es absorbida por Dios
Þ El alma interior es más o menos incomprendida


IV. FECUNDIDAD APOSTÓLICA

Þ La unión se realiza en la Cruz
Þ Fecundidad de la Cruz
Þ La acción del alma unida a Dios
Þ Poder de ese alma en obras e incluso en silencio
Þ Acción sobre las almas
Þ Maternidad espiritual
Þ Lucha contra los malos
Þ El amor divino ignora los celos

domingo, 22 de julho de 2012

O santo método de rezar o Rosário

Nota do blogue: Esta tradução será reeditada pelas Escravas de Maria em breve. Aguardem!
Ver especial AQUI.


QUINTA DEZENA



41ª ROSA

116. Não é propriamente a duração, mas o fervor da oração, que agrada a Deus e Lhe conquista o coração. Uma só Ave-maria bem rezada tem mais mérito que cento e cinqüenta mal rezadas. Quase todos os cristãos católicos rezam o Rosário, o Terço ou pelo menos algumas dezenas de Ave-marias. Porque há, pois, tão poucos que se corrigem dos seus pecados e progridem na virtude, senão porque não fazem essas orações como devem?

117. Vejamos pois a maneira como se devem rezar essas orações para agradar a Deus e nos tornarmos mais santos. Primeiro é preciso que a pessoa que reze o Santo Rosário esteja em estado de graça ou pelo menos na resolução de libertar-se dos seus pecados, pois toda a teologia nos ensina que as boas obras e as orações feitas em pecado mortal são obras mortas, que não podem ser agradáveis a Deus nem merecer a vida eterna; é nesse sentido que está escrito: Non est speciosa laus in ore peccatoris. (33)
O Louvor e a Saudação do Anjo e mesmo a Oração de Jesus Cristo não são agradáveis a Deus quando saem da boca de um pecador impenitente: Populus hic labiis me honorat, cor autem eorum longe est a me. (34)
Essas pessoas que ingressam nas minhas confrarias, diz Jesus Cristo, e rezam todos os dias o Terço ou o Rosário, sem qualquer contrição de seus pecados, honram-me com os seus lábios, mas o coração está bem longe de mim.
Eu digo: “que ao menos tenha a resolução de libertar-se dos seus pecados, 1) porque se fosse absolutamente necessário estar na graça de Deus para fazer orações que lhe fossem agradáveis, concluir-se-ia que aqueles que estão em pecado mortal não deveriam rezar nunca, apesar de o necessitarem mais que os justos, e sendo assim seria inútil aconselhar um pecador a rezar o Terço ou o Rosário, o que é um erro condenado pela Igreja; 2) porque, se com vontade de continuar no pecado, e sem qualquer intenção de abandoná-lo, nos inscrevêssemos numa confraria da Santíssima Virgem, onde se rezasse o Terço, o Rosário ou qualquer outra oração, nos incluiríamos no número dos falsos devotos da Santíssima Virgem, devotos presunçosos e impenitentes que, sob o Seu manto, com o escapulário sobre o corpo ou de rosário na mão, gritam “Virgem Santíssima, boa Virgem, eu Vos saúdo Maria”, e contudo crucificam e dilaceram cruelmente Jesus Cristo com os seus pecados e caiem desgraçadamente, do meio das mais santas confrarias da Santíssima Virgem, no meio das chamas do inferno.

sábado, 21 de julho de 2012

COLABORAÇÃO NA DIVINA OBRA

Por um cartuxo anônimo
(Intimidade com Deus)


            A coisa mais necessária às almas desejosas de servirem a Deus é a perseverança. Começa-se de manhã com um entusiasmo que vai diminuindo lentamente, de modo que ao meio-dia as resoluções da madrugada estão abandonadas por completo. Muitas vezes a causa é o peso do corpo, que oprime o espírito. E o remédio para isso é a pessoa habituar-se a reatar durante o dia o contato com Deus, o sentimento da Sua presença. Que uma fervorosa invocação a renove: «Jesus, meu Deus, creio em Vós e espero em Vós; amo-Vos e o que estou a fazer neste momento, faço-o por amor de Vós». Nada se deve perder: todas as ocasiões podem ser aproveitadas para alimentar esta vida interior e divina. Deus só nos pede o que Ele próprio nos concedeu - a graça de poder dar. O que Ele quer é um coração humilde e uma oração ardente que implore com sinceridade a Sua ajuda. Ele provê às nossas necessidades com graças suficientes e até mesmo superabundantes, de maneira que nenhum obstáculo nos poderá meter medo: não há nada que tenha poder contra a bondade. «Ainda não tivestes nenhuma tentação que não fosse proporcionada à fraqueza humana; e Deus é fiel, o qual não permitirá que sejais tentados além do que podem as vossas forças, antes fará que tireis ainda vantagem da mesma tentação, para a poderdes suportar» (l Cor., X, 13).
            Devemos colaborar como se tudo dependesse de nós. Antes de tudo, devemos evitar escravizar-nos às nossas tendências e aos nossos gostos, pois a vida espiritual não é a procura de um prazer sensível, mas de uma sujeição paciente do sensível ao espiritual: Deus deu-nos o coração e o sentimento para que o ponhamos ao serviço do verdadeiro amor. O que não ultrapassa o sensível tem bem pouca nobreza: não é digno do Deus da verdade. É necessário que o coração manifeste a sua sinceridade por meio de obras, e seja experimentado no fogo do sacrifício. O verdadeiro amor tem a sua raiz na vontade: é a partir da vontade que ele orienta todas as pessoas razoáveis e determina a sua ação. Quando o nosso querer se submete perfeitamente ao de Deus e Lhe corresponde, todo o nosso ser se harmoniza com a sua idéia eterna. Daí a insistente exortação do Senhor: «Porque vos é necessária a perseverança, para que, tendo feito a vontade de Deus, recebais o fruto da sua promessa» (Hebr., X, 36).
            É um perigo para todas as almas desejosas de progresso,

terça-feira, 17 de julho de 2012

Especial: Intimidade com Deus por um cartuxo anônimo

Nota do blogue: Publicarei os capítulos deste fantástico livro que trata sobre a espiritualidade cartuxa. Que neste barulho ensurdecedor do mundo, nossa alma possa encontrar silêncio na intimidade com Deus.

Saudações,
Letícia de Paula

P.S: No menu ESPECIAIS do blogue é possível encontrar especiais concluídos e os em andamento.

INTIMIDADE COM DEUS


POR
UM CARTUXO ANÔNIMO
Título original
Parole de Dieu et vie Divine

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pensamento da noite de 16/07/2012


"¡Señor tened piedad de mí!... sufro, sí..., pero quisiera que mí sufrimiento no fuera tan egoísta; quisiera, Señor, sufrir por tus dolores de la Cruz, por los olvidos de los hombres, por los pecados proprios y ajenos..., por todo, mi Dios, menos por."
(Hermano Rafael)

Sermón Pascual de Pío XII

Nota del Blog: el siguiente sermón fue pronunciado para Pascuas de Resurrección del año 1957 y termina con un apremiante ruego implorando la segunda Venida de Jesucristo y afirmando explícitamente la existencia de muchos signos al respecto. Cinco años nomás habían pasado cuando los falsos profetas contradijeron al gran Pío XII.
Tomen nota quienes están a la espera de “papas angélicos”, “reyes santos” y “restauraciones” que Pío XII deja bien en claro que las tinieblas que cubren el mundo, desde hace por lo menos 55 años, sólo pueden ser eliminadas con la segunda Venida.

Mensaje Pascual de Pío XII a los fieles de todo el mundo[1]


La Pascua de Resurrección.

Una vez más, una inmensa multitud “de toda lengua, pueblo y nación” (Apoc. V, 9) colma esta majestuosa plaza, que parece, amados hijos, como si os estrechara y uniera a todos. Con vosotros están presentes también, en espíritu millones y millones de fieles que devotamente escuchan Nuestra voz.
Brilla en vuestros ojos una luz nueva, resuena en vuestros corazones un himno de alegría y de gloria: lo cantan mil y mil voces, lo acompañan los acordes del órgano y lo difunden en el aire y sobre los montes y valles los repiques de las campanas. Es la Pascua. El día que ha hecho el Señor para nuestro regocijo y para nuestra alegría: “Haec dies quam fecit Dominus: exultemus el laetemur in ea” (in off. Domin. Resurrect.).
Bien sabe el Señor cómo querríamos penetrar en todas las casas, pasar a través de todas las salas de hospitales, detenernos a bendecir junto a todas las cunas e inclinarnos con ternura sobre todos los sufrimientos; quisiéramos poder librar a todos de todo temor, para dar a todos la paz y para llenar a todos de gozo. Como, por desgracia, no Nos es posible hacer cuanto desearíamos, Nos limitaremos a dirigiros Nuestra palabra, a confiaros- como lo hemos hecho otras veces- algunos pensamientos que nos han nacido en el corazón durante Nuestra meditación.
Apenas se han apagado los ecos del Praeconium paschale, y aún perdura en Nuestro ánimo un motivo particular, entre los muchos que se siguen unos a otros, entrelazándose y fundiéndose en airosa armonía. Después de invitar al regocijo a la muchedumbre angélica de los cielos, a la tierra y a la santa madre Iglesia, juntamente con todos los pueblos, la atención del canto litúrgico se detiene en la noche que precedió a la resurrección del Señor. Verdadera noche, noche de pasión, de angustia, y de tinieblas; pero con todo, noche feliz; vere beata nox; porque fue la única que tuvo el mérito de conocer el tiempo y la hora en que Cristo resucitó de la muerte; pero ante todo porque de ella estaba escrito: et nox sicut dies illuminabitur. Una noche que preparaba la alborada y el esplendor de un día luminoso, una angustia, una negrura, una ignominia y una pasión, que preparaban la alegría, la luz, la gloria y la resurrección.

Tras una Noche de Tempestad, una Explosión de Luz.

Considerad, amados hijos, lo que sucede en una noche de tempestad. Parece que a la Naturaleza, trastornada, le ha llegado su última hora, sin esperanza alguna. No tiene el caminante extraviado ni siquiera la débil luz de las estrellas lejanas para recobrar la confianza y la dirección; las plantas, las flores y toda palpitación de vida se halla sumergida como en una sombra de muerte. ¿Cómo lograr despertar el canto y el perfume? Todo esfuerzo parece inútil: los seres no se distinguen en la oscuridad; no es posible encontrar de nuevo el camino; las palabras se pierden en la borrasca enfurecida.
Con todo, allí están todos los elementos; en los terrones mismos del campo hay un estremecimiento de espera; las semillas gimen sufriendo; los pájaros del aire tienen quietas las alas, deseosas de cernerse en franco vuelo; pero nada se puede mover.
Mas he aquí que hacia el oriente una tenue claridad aparece; el fragor del trueno enmudece; el viento disipa las nubes y aparecen sonrientes las estrellas; viene la aurora. El peregrino se detiene; una sonrisa reaparece en el rostro cansado, mientras su ojo ardiente se ilumina de esperanza. El cielo se arrebola; se suceden con rápido ritmo los colores, que poco a poco se blanquean; el último estremecimiento, una explosión de luz: es el sol. La tierra se despereza, la vida se despierta y se eleva un canto.

La Noche que Precedió a la Resurrección.

También la noche que precedió a la resurrección de Jesús fue noche de desolación, de llanto y de tinieblas. Sus enemigos estaban satisfechos de haber por fin encerrado en la tumba al “seductor del pueblo”. Herido el Pastor, la pequeña grey se dispersó. Los amigos de Jesús, desolados y desconcertados, se ven obligados a esconderse por temor a los escribas y fariseos. Jesús está en la tumba. Yace su cadáver sobre la fría roca y todo su cuerpo está todavía llagado; sus labios están mudos. ¿Qué quedan ya de sus palabras, que sabían animar, confortar e iluminar, aquellas palabras suyas tan llenas de majestad y sabiduría? ¿Dónde está aquel su imperar a los vientos y tempestades; dónde su poder para eludir las diabólicas insidias de sus enemigos o para hacer frente valerosamente a su furor? ¿Dónde está su poder de sanar a los enfermos, de resucitar a los muertos? Todo (al parecer) ha terminado; y con él han quedado sepultados en la tumba no sólo los proyectos ambiciosos de algunos, sino también las discretas esperanzas de muchos. Todo ha terminado -van murmurando los hombres-, y en sus voces se ve la expresión de una desesperada tristeza. Todo ha terminado, parece que responden las cosas.
Y, sin embargo, quien hubiese podido mirar a través de la piedra que cerraba el sepulcro, hubiera tenido la impresión de que los ojos de Jesús no estaban cerrados por la muerte sino por el sueño; allí no había traza de corrupción en sus miembros, y su rostro conservaba aún muy visibles las señales de su belleza sobrehumana, de su infinita bondad. Después de su muerte, el cuerpo de Jesús, como su alma, permaneció unido al Verbo, a la divinidad, que vive y obra en aquellos miembros. Pero apartada, en una casita modesta y silenciosa, arde una llama de fe que nunca se apaga: María espera llena de confianza a Jesús.

La Resurrección.

En esto, la tierra tiembla; el ángel baja del cielo, aparta la pesada piedra que cierra el sepulcro, y se sienta majestuoso y sereno sobre ella. Los soldados huyen y van a dar bruscamente a los enemigos de Jesús la primera prueba de su aplastante derrota. Es ya el alba.
María Magdalena está corriendo casi sin saber adónde, movida por un amor que no sufre pausas ni admite reflexión; vedla, de repente, como desmayada ante Jesús, que la saluda con infinita ternura. Las piadosas mujeres, con el corazón alborotado por el anuncio que les diera el ángel, encuentran también a Jesús y vuelan a anunciar la resurrección a los apóstoles, para hacerles participantes de su alegría y de su paz. Entre tanto, Pedro ha recibido del Señor, con señal inefable, la certeza de su perdón. Y Jesús entra en el Cenáculo con las puertas cerradas y halla a los apóstoles; les conforta, les tranquiliza, les deja su paz. Más tarde vuelve para reavivar la fe vacilante de Tomás. Ocho días antes, en el camino de Emaús, Él había acompañado a dos discípulos desolados y se les había manifestado en el acto de partir el pan.
Pasó la noche y con ella se acabó la angustia, se acabó el temor; desaparecieron las dudas; las tinieblas se iluminaron; ha vuelto la esperanza. De nuevo resplandece el sol. Se eleva un canto festivo: Resurrexit, alleluia

La Noche que cayó sobre el mundo.

Así quisiéramos, amadísimos hijos, que otra noche, la noche que ha caído sobre el mundo y que oprime a los hombres, viese pronto su alba y fuese besada por los rayos de un nuevo sol.
Varias veces hemos hecho notar que los hombres de todas las naciones y de todos los continentes se ven forzados a vivir, desorientados y temerosos, en un mundo trastornado y perturbador. Todo se ha hecho relativo y provisional, porque es siempre menos eficiente y por lo mismo menos eficaz. El error, en sus formas casi innumerables, ha esclavizado las inteligencias de seres, por lo demás muy selectos y la inmoralidad de toda clase, ha llegado a tales grados de precocidad, de impudencia y de universalidad, que preocupan seriamente a los que piensan en la suerte del mundo. La humanidad parece un cuerpo infecto y llagado, en el que la sangre circula con dificultad, porque los individuos, las clases, y los pueblos se obstinan en seguir divididos, y por lo tanto, no se comunican mutuamente. Y cuando no se desconocen se odian, y conspiran y luchan y se destruyen.
Pero también esta noche del mundo tiene señales claras de un alba que vendrá, de un día nuevo al que besará un sol nuevo y más esplendoroso.
Entre tanto se están multiplicando providencialmente en el mundo los medios para un desarrollo de la vida más completo y más libre. Mientras los descubrimientos de la ciencia ensanchan el horizonte de la posibilidad humana, la técnica y la organización hacen más efectivas esas conquistas poniéndolas al servicio inmediato del hombre. La energía nuclear prácticamente ha dado ya comienzo a una nueva época: las casas se iluminan con energía proveniente del empleo de la desintegración nuclear, y no parece demasiado lejano el día en que las ciudades serán iluminadas y las máquinas movidas por procesos de síntesis semejantes a los que desde hace miles de millones años encienden el sol y las otras estrellas. La electrónica y la mecánica están cambiando el mundo de la producción y del trabajo con la automatización; así el hombre se hace cada vez más señor de sus obras y ve que su propio trabajo mejora en calidad e inteligencia. Los medios de transporte unen un punto y otro del planeta con una sola red, que puede recorrerse con velocidad superior al movimiento aparente del sol. Los proyectiles surcan los ámbitos de los cielos y los satélites artificiales se preparan a asombrar al espacio con su presencia. La agricultura multiplica con la química nuclear la posibilidad de alimentar una humanidad bastante más grande que la actual, mientras la biología gana de en día terreno en la batalla contra las más terribles enfermedades.
Sin embargo, todo esto es todavía noche. Noche llena, si se quiere, de ansias y esperanzas, pero noche. Noche que aún podría de repente hacerse tempestuosa si aparecieran acá y allá los fulgores de los relámpagos y se oyera el estruendo de los truenos. ¿Acaso no es verdad que la ciencia, la técnica y la organización se han convertido muchas veces en fuente de terror para los hombres?
Por eso no están ya seguros como en otro tiempo. Ven con suficiente claridad que ningún progreso por sí solo puede lograr que el mundo renazca.Muchos entrevén ya, y lo confiesan, que se ha llegado a esta noche del mundo porque Jesús ha sido apresado, porque se le ha querido desterrar de la vida familiar, cultural y social; porque se ha sublevado el pueblo contra Él[2], porque le han crucificado y dejado mudo e inerte.
Pero hay una multitud de almas valientes y activas, conscientes de que la muerte y sepultura de Jesús solo fue posible porque entre los amigos de Él hubo quien le negase y le traicionase; ¡hubo tantos que huyeron asustados ante las amenazas de los enemigos! Estas almas saben que una acción oportuna, concorde y orgánica cambiará la faz de la tierra, renovándola y mejorándola.

La Resurrección del Mundo.

Es necesario quitar la piedra sepulcral con la cual han querido encerrar en el sepulcro a la verdad y al bien; es preciso conseguir que Jesús resucite; con una verdadera resurrección que no admita ya ningún domino de la muerte “surrexit Dominus vere” (Lc. 24, 34), “mors illi ultra non dominabitur” (Rom. 6, 9).
Jesús debe destruir en los individuos la noche de la culpa mortal por el alba de la gracia recobrada.
En las familias, a la noche de la indiferencia y de la frialdad debe suceder el sol del amor.
En los campos de trabajo, en las ciudades, en las naciones, en las tierras de la incomprensión y del odio, la noche debe iluminarse como el día, “nox sicut dies illuminabitur”; y cesará la lucha, brillará la paz.
¡Ven Señor Jesús!
La humanidad no tiene fuerza para quitar la piedra que ella misma ha fabricado, intentando impedir tu vuelta. Envía tu ángel, oh Señor, y haz que nuestra noche se ilumine como el día.
¡Cuántos corazones, oh Señor, te esperan! ¡Cuántas almas se consumen por apresurar[3] el día en que Tú sólo vivirás y reinarás en los corazones! ¡Ven, oh Señor Jesús!
¡Hay tantos indicios de que tu vuelta no está lejana!
¡Oh María, que lo viste resucitado; María a quien el primer aparecer de Jesús quitó la angustia inenarrable causada por la noche de la pasión; María, te ofrecemos las primicias de este día! Para ti, Esposa del divino Espíritu, Nuestro corazón y Nuestra esperanza. ¡Así sea!



[1] Tomado del Anuario “Petrus”, que al pie de página dice: “L`Osserv. Rom. 22-23-IV-57; AAS vol. 49, página 276-280. Los subtítulos son nuestros”.
El original en italiano puede verse AQUI:
[2] Léase: “las naciones Católicas”.
[3] Nota del Blog: parece esto una clara alusión al hermoso pasaje de San Pedro:“Pero el día del Señor vendrá como ladrón, y entonces pasarán los cielos con gran estruendo, y los elementos se disolverán con gran estruendo, y los elementos se disolverán para ser quemados, y la tierra y las obras que hay en ella no serán más halladas. Si, pues, todo ha de disolverse así ¿cuál no debe ser la santidad de vuestra conducta y piedad para apresurar la Parusía del día de Dios, por el cual los cielos encendidos se disolverán y los elementos se fundirán para ser quemados? Pues esperamos también conforme a su promesa cielos nuevos y tierra nueva en los cuales habite la justicia. Por lo cual, carísimos, ya que esperáis estas cosas, procurad estar sin mancha y sin reproche para que Él os encuentre en paz. Y creed que la longanimidad de Nuestro Señor es para salvación…” (II Pedro III, 10 ss).

Fé/Esperança/Caridade


Cônego Júlio Antônio dos Santos
O Crucifixo, meu livro de estudos - 1950




CARIDADE

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1 - Há um fresco do século XVI que representa, senão com arte, pelo menos com verdade, os misteriosos efeitos da Paixão de Jesus.
- No centro, Jesus Crucificado. Das quatro extremidades da cruz saem mãos que sustentam diversos objetos. A mão que sai do pé da cruz tem um martelo com que despedaça as portas do limbo onde estavam os justos da antiga Lei. A mão que sai do cimo da cruz tem uma chave, e abre o Céu onde reina o Pai eterno. A mão, que sai do braço direito da Cruz, tem uma coroa, e esta coroa coloca-a na cabeça da Igreja que avança sustentada pelos quatro Evangelistas e protegida por Maria. A mão que sai do braço esquerdo da cruz, empunha uma espada e crava essa espada na Sinagoga que fica imóvel no seu cavalo cansado sobre o peso da maldição lançada contra Eva.

2 - Mistério incompreensível: fonte da vida para a lgreja, a Paixão é uma ocasião de morte para a Sinagoga! O quadro explica-nos este mistério. Ao passo que a Igreja recolhe piedosamente o Sangue que corre do coração alanceado de Jesus, a Sinagoga, de olhos vendados; não pode reconhecer o Redentor.

O centurião Longino

            O centurião Longino havia sido testemunha da paciência com que Jesus sofria, da generosidade com que morria; havia sido curado miraculosamente de uma vista por algumas gotas de Sangue que lhe salpicaram os olhos no momento em que retirara a lança com que trespassou o peito e o coração de Jesus. Neste instante, a divina Providência faz um prodígio ainda maior: ilumina-lhe a alma e transforma-lhe o coração e então exclama com fé viva: «Eu reconheço e confesso que este homem era verdadeiramente o Filho de Deus.»...
            A exemplo deste bravo capitão os seus soldados testemunhas dos mesmos prodígios, esclarecidos pela mesma luz e dóceis à mesma graça fazem a mesma profissão de fé: - «Sim, este homem era verdadeiramente o Filho de Deus».
Que o sangue de Jesus Cristo caia também sobre a nossa inteligência para iluminar, sobre o nosso coração para o purificar e sobre a nossa alma para a santificar.

Que é a fé?

A fé é uma virtude sobrenatural pela qual, sob inspiração e com o auxílio da graça divina, cremos firmemente todas as verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja.

I- Ato de fé

1. A fé é um ato da inteligência

Antes de crer examinamos primeiro se o que devemos crer é realmente revelado, Deus quer esta investigação porque exige uma obediência racional.

2 - A fé é um ato da vontade

Logo que a inteligência adquiriu a certeza de que a doutrina proposta foi revelada por Deus, a vontade deve logo submeter-se à palavra divina ainda que a razão não compreenda esta doutrina em si mesma.

3- A fé é um ato da graça

            A virtude ou ato é sobrenatural, quer dizer, exige a cooperação da graça.
            A graça é necessária por três razões: 1.ª Para iluminar e nortear o espírito, a fim de que não se deixe arrastar pelo erro impedindo assim que reconheça o fato da Revelação e aceite as verdades contidas nela. 2.ª Para purificar e fortalecer a vontade. É preciso que a justiça comova o coração, dispondo-o a abraçar as verdades que contrariam as paixões. 3.ª Para ter a faculdade de acreditar. Para crer nas verdades de ordem revelada é necessária uma facilidade de ordem sobrenatural - a graça da fé.
            Assim como Deus nos deu olhos e com eles a força de ver as coisas, a inteligência e com ela a força de conhecermos; assim também nos dá a fé e com a fé, a potência, a força de crermos na Sua palavra, que nos é anunciada pela Igreja.
A fé dá-nos a conhecer as verdades de ordem sobrenatural, desta ordem que, elevando-nos acima dos sentidos e da simples razão nos faz viver na eternidade da vida e da glória.
            A fé é uma luz colocada pelo Salvador nas nossas mãos para nos conduzir e guiar no caminho do Céu.
            A fé é para a razão o que o telescópio é para a vista. O que já não podemos ver a olho nu, o telescópio no-lo descobre em novos mundos e novas maravilhas.
            Longe de contrariar a razão, a fé só lhe serve de luz ou apoio.

II- Objeto da fé

            O objeto da fé é toda a revelação divina.
            Ainda que o objeto da fé abranja a revelação inteira, convém fazer uma distinção entre o conjunto das verdades reveladas por Deus e as verdades particulares que a Igreja nos ensina em nome de Deus.
            1º. Fé divina é a que tem como objeto o conjunto das verdades reveladas por Deus. Para que uma verdade seja de fé divina basta, portanto, termos a certeza de que foi revelada por Deus.
            2.º Fé católica é a que tem por objeto as verdades relevadas por Deus e ensinadas pela Igreja, às quais se dá o nome de dogmas, verdades ou artigos de fé. Para que uma verdade seja de fé católica é condição necessária a promulgação pela Igreja.

III- Motivos da fé

            O motivo da fé, diz o Concílio do Vaticano, é a autoridade do próprio Deus, que nos revela as verdades e não pode enganar-Se nem enganar-nos.
            Toda a certeza das ciências, por maior que seja, não chega, nem para lá caminha, à certeza da fé; porque têm sempre alguma dependência dos sentidos, que são enganadores; das experiência, que são variáveis; dos raciocínios, que muitas vezes, não são exatos; da ilação que não pode ser universal; da conexão dos efeitos com as suas causas, que, as mais das vezes, nos é desconhecida. À fé torna-nos tudo bem certo e inabalável; pois é tão impossível que eu me engane, como é impossível que Deus Se engane a Si mesmo ou me engane a mim. Creio porque Deus o disse e porque Deus não se engana nem pode enganar. 

CONTINUA...