terça-feira, 20 de julho de 2010

Oração em homenagem às Dores da Virgem Maria

Oração em homenagem às Dores da Virgem Maria
(Extraída da obra “As mais belas orações de Santo Afonso”)



V: Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R: Senhor, apressai-Vos em me socorrer.

V: Glória ao Pai...
R: Assim como era...

I. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a primeira espada que traspassou o Vosso Coração, quando no Templo, à voz de São Simeão, Vos foram representados todos os tormentos que os homens deviam fazer sofrer a Vosso amadíssimo Jesus, os quais já conhecíeis pelas divinas Escrituras, tormentos que chegariam a fazê-lO morrer ante os Vossos olhos, cravado num madeiro, esgotado em Sangue, abandonado de todo o mundo e sem que O pudésseis socorrer. Por esta lembrança cheia de amargura, que angustiou a Vossa Alma tantos anos, ó minha Rainha, suplico-Vos me obtenhais a graça de ter sempre gravadas no meu coração, durante a minha vida e na hora da minha morte, a Paixão de Jesus Cristo e as Vossas dores.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

II. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a segunda espada que Vos traspassou o Coração, quando vistes o Vosso Filho inocente, apenas nascido, perseguido para a morte pelos mesmos homens para cuja salvação veio ao mundo, de sorte que fostes então obrigada a fugir para o Egito, de noite e às ocultas. Por tudo o que sofrestes, jovem e delicada Virgem, com o Vosso divino Filho exilado, durante esta longa e penosa viagem por lugares abruptos e desertos, e durante a Vossa estada no Egito, onde, estrangeiros e desconhecidos, vivestes tantos anos, pobres e desprezados, Vos suplico, ó minha amadíssima Soberana, me obtenhais a graça de suportar com paciência, na Vossa companhia, até a morte, as penas desta miserável vida, a fim de escapar na outra às penas eternas que mereci. Amém.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

III. Ó Mãe aflita, compadeço-me da dor que Vos causou a terceira espada que traspassou o Vosso Coração, quando perdestes, sem culpa Vossa, o Vosso caro Filho Jesus em Jerusalém, onde três dias ficou ausente de Vós. Certamente, durante essas noites cruéis, que tivestes de passar sem ver ao Vosso lado o objeto do Vosso amor, sem saber a causa de Sua ausência nem onde Ele se encontraria, não pudestes achar repouso, e não fizestes outra coisa que suspirar e chorar por Aquele que era todo o Vosso bem. Por estes suspiros e lágrimas, por esta separação tão amarga e penosa, ó minha Rainha amantíssima, suplico-Vos me obtenhais a graça de jamais perder o meu Deus pelo pecado, a fim de que, constantemente unido a Ele durante a minha vida, tenha a felicidade de sair deste mundo nesta santa união. Amém.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

IV. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a quarta espada que traspassou o Vosso Coração, quando vistes o Vosso divino Filho condenado à morte, amarrado, coberto de Sangue e Chagas, coroado de espinhos, caindo no caminho sob o peso da Cruz que levava sobre Seus machucados ombros, indo como um Cordeiro inocente morrer pelo nosso amor: os Seus olhos e os Vossos se encontraram então, e estes mútuos olhares foram outros tantos dardos cruéis que feriram reciprocamente os Vossos Corações ardentes de amor. Por esta grande dor, ó minha generosa Advogada, suplico-Vos me obtenhais a graça de viver em perfeita resignação com a Vontade de meu Deus, levando a minha Cruz com alegria, após Jesus, e até o último suspiro. Amém.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

V. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a quinta espada que traspassou o Vosso Coração, quando, no Calvário, vistes com os Vossos próprios olhos morrer, pouco a pouco, no meio de incríveis sofrimentos e humilhações, sobre o duro leito da Cruz, o Vosso amadíssimo Jesus, sem Lhe poderdes acudir com o mínimo alívio, coisa que em artigo de morte não se recusa nem mesmo aos maiores facínoras. Pela agonia que então sofrestes com o Vosso divino Filho agonizante; pela comoção que experimentastes ouvindo as últimas palavras que Ele Vos dirigiu do altar da Cruz, despedindo-Se de Vós e deixando-Vos por filhos todos os homens na pessoa de São João; pela coragem que tivestes de vê-lO depois pender a cabeça e dar o último suspiro, ó terna Mãe, suplico-Vos me obtenhais do Vosso Amor Crucificado, a graça de viver e morrer crucificado a todas as coisas deste mundo, a fim de viver unicamente para meu Deus, até a mote, e chegar um dia a vê-lO no Paraíso, Face a face. Amém.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

VI. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a sexta espada que traspassou o Vosso Coração, quando lancearam o doce Coração do Vosso Filho já morto, e morto por esses ingratos que, depois de Lhe tirarem a vida, ainda Lhe dilaceram o Cadáver. Por este cruel tratamento, cuja pena tanto sentistes, ó Mãe das dores, suplico-Vos me obtenhais a graça de habitar no Coração de Jesus, ferido e aberto para mim, neste Coração, digo, que é o belo asilo, retiro de amor, em quem buscam e acham repouso todas as almas amantes, e onde Deus só, enquanto eu aí repousar, será o objeto dos meus pensamentos e afetos. Ó Virgem Santíssima, podeis alcançar-me esta felicidade; de Vós espero consegui-la. Amém.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

VII. Ó Mãe aflita, eu me condôo da dor que Vos causou a sétima espada que traspassou o Vosso Coração, quando vistes entre os Vossos braços o Corpo do Vosso Filho, não mais no brilho da Sua beleza, como O tínheis outrora recebido na gruta de Belém, mas ensangüentado, lívido, e rasgado todo de feridas, que haviam penetrado até aos ossos. “Ó meu Filho, diríeis então, ó meu Filho e meu Deus, a que estado Vos reduziu o amor!” E quando O levaram para o sepulcro, quisestes acompanhá-lO e compô-lO com as Vossas próprias mãos; e, enfim, constrangida a Lhe dardes o último adeus, deixastes sepultado com Ele o Vosso Coração ardente de amor. Por todos estes martírios sofridos pela Vossa bela Alma, ó Mãe do santo amor, obtende-me o perdão dos pecados de que me fiz réu contra meu Deus; pesa-me deles de todo o meu coração. Protegei-me contra as tentações, e socorrei-me na hora da minha morte, a fim de que, salvo pelos merecimentos de Jesus Cristo e pelos Vossos, vá, um dia, graças à Vossa assistência, após este miserável exílio, cantar no Paraíso os Vossos louvores e os de Jesus, durante toda a eternidade.

Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...

V: Rogai por nós, ó Virgem aflitíssima,
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos:

Senhor, sede-nos propício, e concedei-nos a graça de aproveitar os felizes efeitos da Vossa Paixão, na qual, como Simeão o havia profetizado, uma espada de dor traspassou a Alma tão terna da gloriosa Virgem Maria, Vossa Mãe, cujas Dores honramos com a nossa devoção. Ó Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Assim seja.