sábado, 8 de agosto de 2009

Um digno apostolado feminino


Educar no senso religioso

Uma mãe cristã se preocupa com a alma do seu filho muito antes que ela nasça. Durante esse período único, a mãe pode, por seu espírito de oração e de oblação, exercer uma influência invisível sobre a alma do ser querido e capitalizar para ele as bençãos divinas.

No instante do nascimento, as mãe e pais cristãos não deixem de consagrar ao Senhor o serzinho querido que Deus lhe deu, ou melhor, lhes confiou.

O que será esse filho mais tarde? de qualquer modo, não se destina a se tornar eleito? E a missão mais importante dos pais não é a de ajudá-lo a realizar a sua vocação sobrenatural de filho ou de filha de Deus?
É aos pais que cabem a honra e a alegria da primeira educação religiosa dos filhos. Mas é preciso tudo prever. O padrinho e a madrinha recebem da Igreja a missão de "suplemento" . É nesse espiríto que cumpre escolhê-los, e não tendo únicamente em conta convenções mundanas ou susceptibilidade familiares.

É nos primeiros meses que a criança - que registra muito mais do que se pensa - pode receber a feliz influência da mamãe rezando ao pé do seu berço. A criança, olhando apenas, imitará por si mesma os gestos da mãe e aprenderá assim, pouco a pouco, a juntar as mãos e a enviar um beijo à imagem de Jesus e de Maria, cujos nomes, juntamente com os do pai e da mãe, serão os primeiros que balbuciará.

Logo que a criança começa a falar, a mamãe pode fazê-la repetir algumas curtas invocações...Muito depressa, aliás ela se mostrará capaz de falar espontâneamente ao Bom Deus, por menor que seja o estímulo materno.

Desenvolver o espírito de fé na criança é habituá-la a ver Deus e a levá-Lo em conta na vida cotidiana. Compete à mãe impregnar da Divina Presença os dias do filho. Cumpre evitar que as relações com Deus sejam relegadas unicamente ao começo e ao fim do dia, mas aproveitar as circunstâncias, bem como as disposições do filho, para elevar-lhe a alma naturalmente a Deus...

De parte, não se deve tratar o Bom Deus como um "coleguinha" , o que levaria muito depressa à falta de respeito e à abolição do senso do sagrado. De outra parte, nunca se deve apresentar Deus como um Ser remoto, inacessível, espião das fraquezas humanas, sempre pronto a surpreender as delinqüências, pequenas ou grandes. Isto seria uma caricatura, uma verdadeira traição. Quando mal pode ser feito por meios de frases como a que assimila Deus a uma "Papão" ou a um " Papai-de-chicote" : Desobedecestes e por isso te machucastes; é bem feito, o Bom Deus te castigou!".

Assim que a criança puder, ensinar-lhe as principais orações da Igreja: o Padre Nosso, a Ave-Maria. Explicar-lhe o sentido dessas orações, mas cuidar de que sejam recitadas corretamente, sem atropelos. Ainda aí, prestemos atenção ao sendo do sagrado e façamos rezar "em beleza": pelo sinal da cruz, genuflexão bem feita, oração bem dita, com todo o coração.

Convém orientar a criança no sentido de uma grande confiança a Santa Virgem, por quem nos foi dada por Jesus, e em quem sempre encontramos o caminho que a Ele conduz. Com as crianças as precauções nunca são bastantes. Porque não lhe souberam contar toda a história de Jesus, inclusive Sua ressurreição, há crianças que permanecem quer no estágio do presépio, quer na fase da cruz. Para as primeiras, Jesus é uma criança como elas, que nunca cresceu; para as segundas, é um Deus morto.

Advertir a criança de quem não se espante se vir sombras, contradições, horas difíceis na história da Igreja. A Barca de São Pedro é freqüentemente assaltada pelas tempestades. Perseguições e abandonos foram, aliás, preditos. Mas o Cristo é o eterno Vencedor, é ele que terá a última palavra.

(A arte de educar as crianças de hoje- Padre G.Courtois -1959)

PS: grifos meus.
PS2: Segue excelente Catecismo ilustrado